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Covid-19

Comerciantes de Americana duvidam de retomada das atividades

Motivos são tom do governador João Doria (PSDB) e baixo índice de isolamento social em Americana

Por George Aravanis

07 de maio de 2020, às 08h26 • Última atualização em 07 de maio de 2020, às 08h42

Lojistas de Americana acreditam que o governador João Doria (PSDB) não vai permitir a reabertura do comércio na cidade, ao menos por enquanto. Os motivos são as recentes declarações do tucano e também os índices baixos de isolamento que a cidade tem registrado.

Ontem, a adesão ao distanciamento social foi de 44%, o que deixou Americana no grupo das 21 cidades com percentual mais baixo em todo Estado. O governo monitora 103 municípios por meio de celulares.

Comércio de Americana vem convivendo com portas fechadas e pessimismo em relação ao governo – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal_5.5.2020

Doria anuncia amanhã o plano de reabertura, mas já avisou que cidades com percentuais abaixo de 50% serão automaticamente excluídas, ou seja, continuarão com o comércio fechado, com exceção dos essenciais.

“Eu não estou muito otimista com relação a isso [reabertura]”, afirma Vitor Fernandes, presidente do Sincomércio (sindicato patronal do comércio).

Segundo ele, o comércio tem condições de abrir com medidas de higiene e restrições. Apesar de várias lojas terem adotado o sistema de pedidos por WhatsApp, Fernandes acredita que os pequenos comércios são os mais atingidos, por falta de condições de implantar o modelo de entrega em cada residência.

Dono de quatro joalherias na região, uma delas no calçadão de Americana, um comerciante que se identificou apenas como Rodrigo também duvida da reabertura imediata, em função do tom adotado pelo governador até agora.

Segundo ele, suas lojas já adotavam medidas de higiene como a disponibilização de álcool gel para os clientes. Rodrigo, que suspendeu contrato da maioria dos funcionários (só dois dos 25 estão trabalhando), crê que com medidas como uso de luvas e máscaras é possível reabrir. “No mercado o risco pode ser maior”, compara.

Comerciante do setor de vestuário, Caroline Miranda Brandão também acredita que se Doria mantiver o que tem dito, não deve haver flexibilização agora.

Ela aponta, porém, que mesmo se as lojas reabrirem, provavelmente as pessoas não irão às compras, por causa da insegurança em relação à sua situação financeira. “A última coisa que a pessoa vai gastar é com bem mais supérfluo”, afirmou nesta quinta-feira.

Taxa de isolamento

Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, o médico David Uip defendeu nesta quarta-feira uma taxa de isolamento mínima de 55%, percentual alcançado, na terça-feira, por apenas oito dos 103 municípios (7,7% do total) que o governo monitora por meio de celulares. A declaração foi feita em entrevista coletiva ao lado do governador paulista João Doria (PSDB).

Na segunda, o tucano disse que as cidades com adesão ao distanciamento menor que 50% serão automaticamente excluídas da flexibilização que ele deve anunciar amanhã.

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