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Covid-19

Com vendas em queda, associações resistem ao fechamento do comércio

Funcionamento das lojas em Americana e Santa Bárbara d’Oeste segue sem alterações; Nova Odessa e Sumaré fecham o comércio a partir de hoje

Por André Rossi

21 de março de 2020, às 08h08 • Última atualização em 21 de março de 2020, às 11h10

Mesmo com queda nas vendas, as associações comerciais de Americana e Santa Bárbara d’Oeste se negam a fechar o comércio ou até mesmo restringir funcionamento. A postura difere da adotada por Nova Odessa e Sumaré, que suspenderam a atividade dos lojistas a partir deste sábado.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Presidente da Acia informou que a queda no comércio na segunda quinzena de março varia de 50% a 70%, dependendo do lojista

O presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbruster, disse ontem que fechar o comércio e a indústria da cidade não seriam medidas “saudáveis”. O pronunciamento em vídeo aconteceu depois dele se reunir com o Comitê de Crise formado pela prefeitura para combater o avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“Sem pânico. Nos não temos nenhum caso no momento, temos que fazer trabalho de prevenção. E fechar o comércio, fechar as indústrias, não é uma medida saudável, nem para a saúde física nem para a saúde financeira e econômica da cidade, da região”, afirmou Wagner.

Ao LIBERAL, o presidente informou que a queda no comércio na segunda quinzena de março varia de 50% a 70%, dependendo do lojista, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Mesmo assim, a perspectiva da Acia é de que haverá recuperação no início de abril.

“Nós estamos no dia 20. Esse período, essa semana não é uma semana de encher de gente no comércio. Normalmente, todos os meses, nesse período, não é de muita gente no comércio. Então essa semana, semana que vem, não serão termômetros pra gente ver as pessoas no comércio ou não”, argumentou Wagner.

Em nota, a prefeitura disse que o comitê entendeu por não decretar restrição ao funcionamento do comércio, desde que as medidas de segurança sejam atendidas. “As reuniões do comitê vêm sendo diárias e a situação será reavaliada conforme a evolução da pandemia no município”, traz o texto.

Já a queda no comércio de Santa Bárbara d’Oeste em março foi de cerca de 40% quando comparado com 2019, segundo o presidente da Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste), João Batista de Paula Rodrigues.

O órgão visitou lojas do Centro e da Zona Leste nesta sexta-feira e disse que a situação está “normal” do ponto de vista do atendimento. O motivo para descartar alterações ou até mesmo o fechamento por conta da Covid-19 é de que o movimento de clientes está baixo, além da prefeitura não ter determinado o fechamento. A necessidade de higienização foi reforçada para os lojistas.

“Já estava fraco. Depois disso aí (Covid-19) caiu mais ainda. As vendas caíram muito. A gente percebe que em loja grande e pequena está tranquilo. O próprio comerciante fica mais tranquilo porque não está tendo muito fluxo de gente. Vem um para comprar, depois vai pagar… sempre tem um pouquinho de gente”, afirmou Rodrigues.

Nova Odessa e Sumaré fecham comércio a partir de hoje

A Prefeitura de Nova Odessa anunciou nesta sexta-feira que vai fechar o comércio a partir deste sábado. Só terão permissão para funcionar supermercados, farmácias, postos de combustíveis e distribuidoras de água e gás. Estabelecimentos que atuam por meio de delivery também poderão operar.

Já os restaurantes presenciais seguem liberados, desde que respeitada a distância mínima de dois metros entre clientes. O sistema self service está proibido.

O novo decreto seria publicado hoje e as medidas são válidas por 30 dias. De acordo com assessoria de imprensa da prefeitura, a decisão atende a recomendação do Ministério Público.

Em Sumaré, o prefeito Luiz Dalben (Cidadania) determinou a suspensão temporária de funcionamento do comércio e a realização de festas, cultos religiosos e eventos com aglomeração. A exceção é para serviços essenciais, como supermercados, farmácias e restaurantes. A decisão consta no decreto anunciado às 22 horas desta sexta.

Somente poderão permanecer em atividade comércios de venda de produtos alimentícios (hipermercados, supermercados, minimercados, mercearias e afins, padarias, açougues, peixarias, feiras livres (feira food – não consumir no local), quitandas, padarias, centros de abastecimento e congêneres, restaurantes e lanchonetes (com distanciamento mínimo de 2 metros entre as mesas) e operações de delivery.

Também poderão manter as atividades os serviços e produtos de saúde (farmácias, drogarias, clínicas médicas e laboratórios) e postos de combustíveis, loja de conveniências, loja de alimentação para animais, distribuidora de gás e lojas de venda de água mineral.

A relação de estabelecimentos poderá ser reavaliada a qualquer momento, segundo a assessoria de imprensa do governo municipal. Aqueles que desrespeitarem a suspensão de suas atividades terão seu alvará de funcionamento suspenso e, em caso de reincidência, cassado. COLABOROU GEORGE ARAVANIS

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A edição de número #27 do podcast “Além da Capa” traz a experiência de ex-moradores de Americana que hoje vivem em países onde o novo coronavírus já se alastrou de maneira mais ampla, revelando um pouco mais sobre este problema em crescimento no Brasil. Ouça:

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