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Economia

Com crise global, exportação na região cai ao patamar de 2001

Cidades da Região do Polo Têxtil venderam US$ 39 milhões em abril; em relação ao mesmo mês de 2019, recuo foi de 56%

Por Marina Zanaki

16 de maio de 2020, às 08h52

No ano passado, a região exportou US$ 1 bilhão e importou 2,4 bilhões - Foto: Codesp/Divulgação

Com a crise global provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), o valor das exportações da RPT (Região do Polo Têxtil) em abril caiu ao patamar observado em 2001.

As cinco cidades venderam ao exterior US$ 39 milhões no mês passado. Em abril do ano passado, a RPT havia exportado US$ 89 milhões. Isso representa uma queda de 56%. O último ano em que a região vendeu menos de US$ 40 milhões ao exterior em um mês de abril foi 2001.

No acumulado do ano, as exportações caíram 29% em relação ao mesmo período do ano passado. As empresas da região venderam ao exterior US$ 213 milhões, contra US$ 303 milhões entre janeiro e abril de 2019. Os dados são do Ministério de Comércio Exterior.

O professor Paulo Oliveira, economista do Observatório PUC-Campinas, analisou que a queda nas exportações está relacionada à crise global – segundo ele, a pior desde a quebra da bolsa de Nova York, em 1929.

“É comum queda em produtos industriais em períodos como esse. Bens duráveis, como por exemplo automóveis e partes, que são usadas na venda de automóveis, costumam cair muito rápido em uma crise com essa porque as pessoas simplesmente param de consumir bens duráveis”, analisou.

“Inevitavelmente, os municípios que têm base nas exportações em bens industriais, como é a maioria dos municípios da região, certamente vão sentir impacto considerável nas exportações”, indicou o professor.

Ele analisou que há dois fatores impactando os resultados – um externo, já que o mundo desacelerou, e um interno, em função da queda na demanda.
“O efeito econômico da crise é inevitável. Poderia ser amenizado se o governo tivesse agido mais rápido e com mais boa vontade no socorro às famílias mais pobres, sobretudo na manutenção de renda e emprego”, afirmou o economista.

Cidade que mais exporta na região, Sumaré teve queda de 37% este ano – as exportações passaram de US$ 161 milhões para US$ 100 milhões.

Relatório do Observatório da PUC-Campinas aponta que a RMC (Região Metropolitana de Campinas) teve o pior desempenho nas exportações para um mês de abril em 10 anos. As vendas ao exterior foram de US$ 239 milhões, queda de 39% em relação ao mesmo mês de 2019.

Contramão

Diferente do que foi observado em todas as outras cidades da região, Americana registrou aumento de 4% nas exportações este ano.

O resultado está ligado ao segmento de fios; cabos e outros condutores; cabos de fibras ópticas. O crescimento observado foi na casa dos US$ 6 milhões.

Em relação aos países de destino, houve aumento de 146% nas vendas aos Estados Unidos, país que mais compra de Americana, e de 451% nas exportações ao Paraguai.

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