18 de abril de 2024 Atualizado 13:13

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Inédito

Cirurgia intrauterina é feita pela primeira vez na RMC

Procedimento feito com sucesso no início do mês permite que fetos sejam operados sem que haja corte no útero

Por Da redação

31 de julho de 2019, às 08h54 • Última atualização em 31 de julho de 2019, às 08h57

Uma cirurgia de fetoscopia, feita em bebês ainda na gestação sem que haja corte no útero da mãe, foi realizada pela primeira vez na RMC (Região Metropolitana de Campinas). O procedimento ocorreu no dia 4 de julho em uma gestante de 26 semanas, na Maternidade de Campinas.

O motivo da intervenção cirúrgica foi o diagnóstico de mielomeningocele, uma malformação congênita que impede que o tubo neural se feche, deixando a medula do bebê exposta ao líquido amniótico.

Foto: Divulgação
Procedimento foi realizado no centro cirúrgico da Maternidade de Campinas

Esse tipo de lesão pode causar deficiências motoras e neurológicas, como perda dos movimentos da pelve e dos membros inferiores, o que prejudica a habilidade de andar e de conter urina e fezes. Nesses casos, também há risco de hidrocefalia. No controle pós-cirúrgico os bons resultados já podiam ser vistos nos laudos médicos.

Tanto a mãe quanto a criança mantiveram-se em ótimas condições durante todo o procedimento, com alta após o 4º dia pós-operatório. Participaram do procedimento médicos obstetras, neurocirurgiões, cirurgiões pediátricos, ultrassonografistas, geneticistas, e anestesistas.

Causas

Uma das possíveis contribuições para a mielomeningocele é a baixa ingestão de ácido fólico, também conhecido como vitamina B9. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a cada ano, cerca de três mil bebês são diagnosticados com a mielomeningocele fetal.

Embora os primeiros sinais da doença possam aparecer a partir da 12ª semana de gestação, o diagnóstico é possível, por ultrassom, a partir da 16ª semana. A cirurgia fetal pode ser indicada entre 24 e 26 semanas de gestação, e é necessária a abordagem multidisciplinar.

* Estagiária Maíra Torres sob supervisão de Talita Bristotti

Publicidade