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COVID-19

Associações e entidades da RPT celebram retomada e preveem novas formas de atendimento

Um dos desafios apontados é readequar as lojas para receberem os clientes com segurança durante a pandemia

Por André Rossi

27 de maio de 2020, às 20h26

As associações e entidades comerciais da RPT (Região do Polo Têxtil) celebraram o início da retomada econômica que foi anunciada nesta quarta-feira (27) pelo Governo do Estado de São Paulo.

Um dos desafios apontados é a necessidade de se adaptar para conseguir atender os clientes sem desrespeitar as medidas de prevenção à proliferação do novo coronavírus (Covid-19).

Comércio poderá abrir co restrições a partir de segunda-feira – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

A reabertura no Estado será dividida em cinco fases e de acordo com a classificação das regiões, que foi definida pelo Governo de São Paulo. Os critérios analisados são disponibilidade de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Covid-19 e evolução dos casos durante a pandemia.

As cidades da RPT poderão abrir comércios e shoppings com restrições, a partir de segunda-feira (1º), porque fazem parte da região do DRS (Departamento Regional de Saúde) de Campinas, que se enquadra na segunda fase do “Plano São Paulo”.

Nesta etapa, é autorizada a abertura gradual de shoppings, imobiliárias, concessionárias, escritórios e lojas de rua.

O presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbruster, afirmou que a entidade está em diálogo com a prefeitura para conseguir fazer as adequações necessárias. A flexibilização terá de ser feita pelos prefeitos via decreto.

“Vai abrir, mas não vai ser como era antes. Vai ser de uma forma diferente e temos que preparar o pessoal para isso. Nós temos que auxiliar o associado a se reinventar e se readequar. Aquele modelo que nós tínhamos de empresa antes da Covid-19 não serve mais”, comentou Armbruster.

O “Plano São Paulo” conta até o momento com 60 protocolos e mais de 500 diretrizes que servirão como recomendações para os setores consultarem. O site oficial foi lançado nesta quarta.

No caso das lojas de rua, os novos protocolos sanitários recomenda, por exemplo, que o responsável implemente corredores de fluxo único no estabelecimento para coordenador o fluxo de clientes. Também é recomendado que alarmes sejam utilizados para convocar os funcionários para lavagem periódica das mãos.

O presidente da Acia diz que as conversas com a prefeitura serão importantes para definir medidas de segurança, já que alguns temas ainda geram dúvida.

“Talvez no novo modelo [de atendimento], de repente, a gente não vai mais ter tantos provadores disponíveis. Nós temos que desenvolver um ‘layout’ da Covid-19 onde o objetivo não é somente ganhar espaço de exposição de produtos e sim ganhar espaço para locomoção das pessoas”, explicou Wagner.

Já o presidente da Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste), João Batista de Paula Rodrigues, disse que é necessário aguardar o decreto do prefeito Denis Andia (PV) para definir a forma de reabertura.

“O programa do governo [estadual] vai exigir certas medidas. Estamos otimistas. Os segmentos autorizados já se adequaram e essas lojas grandes são fáceis de organizar. O que vai ‘bater’ mais é aglomeração, o fluxo de gente. Isso terá de ser organizado”, disse.

Cadeia produtiva

Na visão do presidente do Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagem, Fiação, Linhas, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fios e Tecidos de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré), Leonardo José de Santi’Ana, o modelo de reabertura está “bem coerente”.

“Acho que o impacto será positivo. Obviamente a gente não pode esperar que vai ter uma retomada 100%, até porque não vai ter uma abertura de 100% do comércio. O interior já deveria estar tendo esse tipo de abertura. Não deveria nem ter fechado.A gente vem batendo nesta tecla faz tempo”, criticou Leonardo.

O sindicalista reforçou que este novo momento exigirá “muita consciência” por parte dos empresários, já que as regiões podem regredir de fase. A cada sete dias haverá uma reclassificação com base na evolução dos indicadores.

“Se toda a região começar a ter problema [novos casos da doença], nós vamos fechar novamente. Isso é muito importante, que tenha consciência. Não só dos empresários que vão abrir, para que sigam os protocolos e tomem os cuidados, mas também dos consumidores”, comentou Leonardo.

Já o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Santa Bárbara d’Oeste, Nivaldo José da Silva, diz que a retomada do comércio é fundamental para a continuidade das atividades do setor, que não chegou a parar durante a quarentena por ser considerado essencial.

“A indústria fabrica, mas quem revende muitas vezes são lojistas. Quando o comércio ficou fechado na quarentena, muitas indústrias sentiram logo no início a redução de pedidos e suspensão de entregas. Isso tumultuou muito toda a cadeia produtiva”, disse.

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