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COMBUSTÍVEL

Alta do diesel deve elevar preço do frete e encarecer produtos

Petrobras anunciou reajuste de 8,87% para as distribuidoras; presidente de sindicato diz que situação está cada vez mais difícil

Por Ana Carolina Leal

10 de maio de 2022, às 07h26

O anúncio do novo reajuste do diesel nas refinarias, nesta segunda-feira, pela Petrobras, elevará o custo do frete e resultará em aumento de preços dos produtos no varejo, alertou José Alberto Panzan, presidente do Sindicamp (Sindicato das Empresas de Transportes e Cargas de Campinas e Região) e dono da Anacirema Transportes, em Americana.

“É uma questão de sobrevivência. Ou, nós, empresários do transporte, repassamos isso para nosso custo de frete ou fechamos as portas. O diesel, representava na operação de transporte, uma média de 33% a 35% dos custos. Com o aumento de 24,9% que tivemos dia 11 de março, o diesel passou a representar 50%. Com essa alta de quase 9%, somos obrigados a repassar”, afirma.

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A Petrobras anunciou reajuste de 8,87% para as distribuidoras. De acordo com a empresa, o preço do litro do combustível no atacado passará de R$ 4,51 para R$ 4,91, um aumento de R$ 0,40 a partir desta terça-feira.

Segundo a empresa, esse é o primeiro reajuste do combustível em 60 dias. A gasolina e o GLP tiveram seus preços mantidos. Com o aumento, a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel passará a custar para a distribuidora R$ 4,42 por litro, em vez dos atuais R$ 4,06, uma alta de R$ 0,36.

Especialista explica que alta do diesel tem capacidade de difusão para aumento de outros produtos, porque afeta diretamente o frete – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Economista do Observatório da PUC-Campinas, Paulo Oliveira explica que as altas do diesel têm capacidade de difusão para aumento de outros produtos porque afeta diretamente os custos dos fretes e esse é o principal impacto para o consumidor. Portanto, alimentos e outros produtos transportados pelas rodovias também devem ser reajustados.

“Amanhã mesmo já viram a tabela. Alimentos em supermercados, confecção, autopeças, medicamentos. Impacta diretamente, diminuindo ainda mais o poder de compra do trabalhador, lamenta Panzan.

A empresa justifica o aumento informando que o balanço global de diesel está sendo impactado, nesse momento, por uma redução da oferta frente à demanda. “Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras. Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços de diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta”, informa a empresa em nota divulgada à imprensa.

A Petrobras informa ainda que suas refinarias estão operando próximo ao nível máximo e que o refino nacional não tem capacidade de atender a toda a demanda do país.

“Minha empresa gera em torno de 300 empregos diretos e indiretos. Nossos impostos e contas estão em dia, mas nosso lucro cada vez mais achatado. Estamos ‘matando um leão por dia’”, conclui o presidente do Sindicamp e dono de uma transportadora.

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