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Nova Odessa

Suplente de vereador se recusa a ser abordado pela polícia

Oséias Domingos teria dito que 'ia ficar feio' se alguém visse um vereador sendo abordado 'com as mãos na cabeça'; nada de ilícito foi encontrado

Por André Rossi

26 de junho de 2019, às 18h21 • Última atualização em 27 de junho de 2019, às 11h43

O segundo suplente de vereador de Nova Odessa, Oséias Domingos (PV), se recusou a ser abordado pela PM (Polícia Militar) na manhã desta quarta-feira (26). Ele estava em um Gol prata com outros dois homens e teria dito aos policiais que “ia ficar feio” se alguém visse um vereador sendo abordado “com as mãos na cabeça”.

Nada de ilícito foi encontrado nem com os envolvidos nem no veículo. Um boletim de ocorrência foi registrado por desobediência na delegacia.

Foto: Câmara de Nova Odessa / Divulgação
Oséias Domingos Jorge se recusou a ser abordado pela Polícia Militar

O caso ocorreu na Rua Rio Branco, Centro, às 11h50. De acordo com o documento elaborado pela Polícia Civil, os policiais estavam em patrulhamento quando viram um Gol prata ocupado por três indivíduos. Como havia informação de um veículo semelhante também com três pessoas “em atitude suspeita” pelo bairro Jardim Fibra, os agentes emitiram sinal de parada, que foi atendido.

Os policiais fizeram a abordagem com as armas em mãos e “apontadas para o solo”, de acordo com o boletim de ocorrência, e solicitaram que os homens saíssem do carro e entregassem seus documentos. Oséias estava de passageiro, saiu do veículo e caminhou em direção a um comércio.

O suplente de vereador teria ignorado a abordagem e dito “de forma ríspida” que não iria obedecer as ordens por ser vereador e “que ia ficar feio se alguém visualizasse um vereador sendo abordado com as mãos na cabeça”.

Já o motorista e dono do carro, José Carlos de Castro, 47, também se recusou a ser abordado sob alegação de ser morador antigo da cidade e funcionário da prefeitura. Entretanto, a assessoria de imprensa da prefeitura negou que o homem seja servidor, mas não respondeu se já foi em algum momento ou se havia ocupado cargo em comissão.

O terceiro homem que estava como passageiro era Marcos Aparecido Pereira dos Santos, 43, que atendeu aos pedidos dos policiais. Nada de ilícito foi encontrado com ele.

Diante da negativa de Oséias e Castro, uma nova viatura da PM foi solicitada. “O procedimento de abordagem, bem como identificação dos mesmos e revista veicular foi possível apenas após a chegada a guarnição de apoio e informá-los que seriam encaminhados à delegacia para apresentação à Autoridade competente”, cita o boletim.

Nada irregular foi encontrado com os dois e todos foram liberados. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que “a autoridade policial responsável realizou a oitiva de dois dos ocupantes do veículo abordado pelos policiais militares, faltando apenas um deles. Após essa providência, o caso será relatado ao Jecrim (Juizado Especial Criminal)”.

O outro lado 

O LIBERAL ligou para Oséias, que desligou após o repórter se identificar. Na segunda tentativa, disse que “não houve nada” e que teria se recusado a colocar as mãos na cabeça. O registro policial não cita esse pedido por parte dos agentes.

“Não. Simplesmente … abordado não. Não recusei nada. Não quis colocar a mão na cabeça. Simplesmente. É direito meu”, afirmou Oséias, desligando na sequência.

O segundo suplente chegou a ocupar uma cadeira do Legislativo em 2019 durante a licença médica de Carol Moura (Podemos). Na época, o primeiro suplente, Wladiney Brigida, o Polaco (SD), havia sido submetido a uma cirurgia e não tinha condições de desempenhar a função.

Já Marcos disse que os policiais “ confundiram a gente com um carro que estava em perseguição. “Aí eles pediram para colocar a mão na cabeça e eu não coloquei. Não sou bandido”, disse.

O LIBERAL ligou no telefone fixo de Castro e sua irmã disse que ele não estava. A mulher não soube informar o celular dele.

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