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NOVA ODESSA, 117 ANOS

Influência trazida por letos, ucranianos e russos marca criação de Nova Odessa

Surgimento da cidade foi incentivado por então secretário de Agricultura do Estado, há 117 anos

Por Maria Eduarda Gazzetta

24 de maio de 2022, às 10h07 • Última atualização em 24 de maio de 2022, às 11h06

Nesta terça-feira, 24 de maio de 2022, Nova Odessa celebra o 117º aniversário do município. Sob a fundação de Carlos Botelho, em 1905, por meio do decreto nº 1.286, foi criado o Núcleo Colonial Nova Odessa. Muitas são as histórias que circulam sobre o nome da cidade, mas de acordo com livros históricos, a denominação foi uma homenagem de Carlos Botelho a Odessa, uma cidade da Ucrânia, na época sob o domínio da Rússia.

Nesta época, Carlos Botelho era secretário da Agricultura em São Paulo e em viagem àquele país, se interessou pela cidade, onde as casas eram construídas à frente do terreno e o restante era aproveitado com jardins, hortas e pomares, além de ruas largas.

Imagem aérea, datada da década de 70, mostra Nova Odessa e o avanço das construções – Foto: Reprodução

O secretário, então, resolveu criar uma cidade aos mesmos moldes daquela vista por ele, fundando o núcleo como Nova Odessa. Ele escolheu as terras entre as vilas de Americana, Sumaré e Santa Bárbara d’Oeste e traçou o perímetro tanto na parte urbana quanto na rural.

Carlos Botelho decidiu criar o núcleo habitacional para imigrantes russos, no entanto, esse grupo não se acostumou e permaneceu pouco tempo na cidade. Foi então que Julio Malves, um leto que trabalhava na Secretaria de Agricultura, propôs a Carlos Botelho a vinda dos imigrantes letos, que residiam em Santa Catarina.

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Ainda em 1902, vieram ao município cerca de 65 famílias letas, totalizando 500 pessoas. Elas receberam uma gleba na zona rural, em Nova Odessa, a Fazenda Velha. O grupo se dedicava à agricultura, produzindo cereais, manteiga, queijo, e também à avicultura. Os letos também atuaram na lavoura e com implementos agrícolas.

RAÍZES. As raízes desse povo foram se disseminando ao longo do tempo. Há 43 anos, foi fundada no País a ABCL (Associação Brasileira de Cultura Leta) com ramificação no município, com sede no bairro Klavin. O grupo tem como principal objetivo preservar a cultura e a história do povo leto.

Sob a presidência de Felipe de Carvalho Albrecht, descendente de letos, a ABCL realiza eventos anuais, como a Festa Ligo, que acontece em junho, além de participar da Festa das Nações de Nova Odessa, com pratos e doces típicos. A entidade também promove, anualmente, eventos que celebram a independência do país.

Avenida Carlos Botelho, nos anos 70 – Foto: Reprodução

“Assim como nossa cidade foi fundada pelos nossos antepassados e sabemos a história por meio de livros e do que nossos pais nos relataram, acredito que é importante disseminarmos a cultura, a forma de vida do povo leto. Só desta forma conheceremos nós mesmos, nosso passado e poderemos passar para as próximas gerações”, analisou o presidente.

Felipe é casado com a leta Renate de Carvalho Albrecht, que está no Brasil desde 2013. Ela é representante dos Letos da América do Sul e do Caribe, na Associação dos Letos Livres do Mundo.

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