Nova Odessa
Família de morador de Nova Odessa com Covid-19 faz vaquinha para pagar UTI
Homem trabalha com transporte de oxigênio, contraiu a doença e não conseguiu uma vaga na rede pública
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09 de abril de 2021, às 14h47 • Última atualização em 09 de abril de 2021, às 19h28
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/nova-odessa/familia-de-morador-de-nova-odessa-com-covid-19-faz-vaquinha-para-pagar-uti-1485379/
A família de Valdir Aparecido Strapasson, de Nova Odessa, está fazendo uma campanha de arrecadação online para conseguir pagar um leito de UTI particular para tratamento do homem contra a Covid-19.
O morador do Jardim das Palmeiras, de 54 anos de idade, trabalha como motorista carreteiro no transporte de oxigênio para hospitais e contraiu o novo coronavírus há nove dias. Ele é casado e tem três filhas.
Ele foi levado para a UR (Unidade Respiratória) no bairro Jardim Alvorada, mas teve uma piora do quadro clínico. No entanto, não havia nenhuma vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na região para a qual ele pudesse ser transferido.
Segundo a coordenadora de ótica Elaine Thiberio, que é cunhada de Valdir, a família então decidiu fazer a “vaquinha” online para tentar pagar o leito particular que conseguiram no Hospital Santa Tereza, no Centro de Campinas.
“Tentamos de tudo para conseguir vaga no SUS por três dias, mesmo com o nome dele na Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde). A dificuldade é gigantesca, conseguimos essa vaga em Campinas sem mesmo termos condições para pagar”, afirma Elaine.
O estado de Valdir é crítico. Segundo o boletim médico emitido pelo hospital ontem (8), ele está intubado e começou a receber medicação para os rins, sendo que foi indicado o início de diálise.
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O objetivo da família é alcançar o valor de R$ 18 mil. Até agora as doações giram em torno de R$ 700. Quem quiser e puder ajudar, pode acessar o link da vaquinha virtual na plataforma Vakinha.
O LIBERAL questionou a Prefeitura de Nova Odessa e o Estado, que regula a Cross, sobre o caso de Valdir.
Segundo a Prefeitura de Nova Odessa, o médico responsável pela UR do Alvorada disse que internou o paciente no dia 2 de abril e que ele foi entubado dia 3, sendo que seu nome foi inserido na CROSS nesse mesmo dia. No entanto, a família decidiu transferi-lo para uma unidade particular em Campinas no dia 5 e a vaga teve de ser finalizada na CROSS no dia 6.
“Não temos como atualizar o quadro clínico do paciente sendo que ele se encontra em outro serviço, com outra equipe de saúde. Se a família manifestar desejo de voltar a rede pública, deve solicitar ao hospital particular em que o paciente se encontra inserir os dados e quadro clínico do doente na CROSS e esperar que a regulação encontre um leito SUS disponível novamente”, concluiu o comunicado da prefeitura.
Por conta da retirada do nome do paciente da CROSS, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo disse ao LIBERAL que “não foi localizada nenhuma solicitação vigente referente ao caso da Sr Valdir Aparecido Strapasson no sistema de regulação.”