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CHORUME E IMPROVISO

Cemitério de Nova Odessa corre risco de interdição

Informação foi divulgada pela própria secretária de Meio Ambiente, durante debate na câmara nesta segunda-feira

Por Maria Eduarda Gazzetta

10 de maio de 2022, às 07h48

O Cemitério Municipal de Nova Odessa tem registrado necrochorume em sepulturas, inclusive com possível contaminação no solo, e mau cheiro. Além disso, o espaço conta com jazigos verticais improvisados em passagens de pedestres, que começaram a ser implantados em 2020, por conta do alto número de mortes causadas pela Covid-19. O LIBERAL esteve nesta segunda-feira no local e constatou os problemas.

Por conta dessas condições e da falta de licença, a Secretaria de Meio Ambiente está realizando amostragens do solo para evitar uma possível interdição. A informação veio da secretária da pasta, Daina Gutmanis, na tarde desta segunda-feira, em debate na câmara.

Sepulturas verticais foram construídas em passagens de pedestres e estão apresentando necrochorume – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

O resultado, que deve sair no fim do mês, por meio de uma empresa contratada, deverá ser apresentado à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que processa o município pela não regularização, e ao MP (Ministério Público).

No entanto, para a secretária, dificilmente a administração atingirá os requisitos solicitados pelo órgão regulador. “Eu normalmente sou otimista, mas nessa situação eu acho que será indeferido o funcionamento do cemitério. Nós vamos fazer todo o possível para que o cemitério funcione por mais um tempo”, disse.

De acordo com Daina, a prefeitura deveria ter entregue documentos que comprovassem as exigências da Cetesb até 2010. Um ano antes, a secretaria iniciou um processo e solicitou ao setor de obras ações de contenção do necrochorume, canalizações, permeabilizações e outras técnicas que minimizassem possíveis contaminações do solo e lençol freático. Entretanto, nada foi realizado. Já na administração passada, a secretaria responsável realizou um estudo, rejeitado pela Cetesb.

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“Em janeiro do ano passado, a pasta solicitou que fosse recontratada uma empresa. O processo está em andamento. Fizeram as amostragens do solo e estamos aguardando a divulgação dos resultados. Há duas possibilidades: ou irão pedir que tomemos algumas ações de remediação para amenizar o impacto ou corremos o risco de o cemitério ser interditado”, disse a chefe da pasta de Meio Ambiente.

Ainda de acordo com ela, é preciso urgentemente encontrar uma outra área para que seja construído um novo cemitério. Ainda durante o debate, promovido por meio de um requerimento do vereador Cabo Natal (Avante), a secretária de Obras, Projetos e Planejamento Urbano, Miriam Lara Netto, informou que a Lei Municipal preconiza a implantação de um novo cemitério na área central da cidade, o que não é possível.

“Seria necessário a mudança do Plano Diretor para podermos criar um segundo cemitério em outro local que a prefeitura tenha terreno disponível”, disse.

Segundo resposta de requerimento ao vereador Wagner Morais (PSDB), a prefeitura informou que só há espaço para mais 500 sepulturas serem construídas no terreno atual.

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