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EM NOVA ODESSA

Caso Omarzinho: Polícia apura disparos em confusão em kartódromo

Filho do prefeito de Americana, empresário é acusado de disparar e mandar atear fogo em veículo

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07 de julho de 2020, às 08h22 • Última atualização em 07 de julho de 2020, às 11h55

A Polícia Civil de Nova Odessa abriu um inquérito para apurar a confusão registrada no Kartódromo Internacional da cidade no último sábado.

O empresário Abdo Omar Najar Neto, o Omarzinho, filho do prefeito de Americana, Omar Najar (MDB), é acusado de atirar e mandar atear fogo no carro de uma equipe de Jundiaí, a GQ Racing.

O advogado Pablo Verner de Oliveira Brito, que representa Omarzinho, alega que se cliente foi até o local para defender o filho, o estudante Caio Najar, 18, neto do prefeito, que teria sido agredido após colidir no kart de um membro da equipe em questão.

Carro de membro de equipe de Jundiaí foi incendiado no último sábado – Foto: Reprodução

Delegado responsável pelo caso, Claudio Eduardo Nogueira Navarro, disse que as investigações estão em andamento e que ouvirá testemunhas nos próximos dias.

Dois boletins de ocorrência foram registrados na delegacia de Nova Odessa. O primeiro deles, de dano e disparo de fogo, traz a apenas a informação de que um homem foi até o local, disparou contra um Chevy 500 de colecionador e ateou fogo no veículo.

De acordo com a advogada Alessandra Simonete, que representa a equipe, os pilotos não conheciam Omarzinho, mas testemunhas que estavam no kartódromo indicaram o empresário como o autor dos disparos. Depois, na delegacia, os pilotos reconheceram o homem por foto.

A confusão teria tido início quando Caio Najar foi ultrapassado por membros da GQ Racing. Ela alega que o neto do prefeito teria acertado um dos carros da equipe na sequência, fazendo com que o veículo capotasse.

O piloto teve ferimentos sem gravidade. Ainda segundo o relato de Alessandra, Caio saiu do local e retornou com outros seis homens.

Neste momento, teve início uma briga. A advogada diz que Omarzinho chegou no kartódromo, atirou para o alto e mandou um dos mecânicos queimar um dos veículos da equipe de Jundiaí, além de disparar seis vezes contra o carro.

Duas pessoas teriam tentado apagar o fogo com extintores, mas foram ameaçadas pelo empresário.

Outra versão
O segundo boletim de ocorrência, de lesão corporal, foi registrado no sábado por Caio e por seu mecânico, Robert Rocha, 51, que também foi agredido.

O jovem alega que o piloto da equipe de Jundiaí perdeu o controle do kart e capotou após passar por um aclive, sem nenhum toque. Após deixar a pista, Caio teria solicitado ambulância para o colega e deixou o local ao ver que ele já estava sendo atendido.

Posteriormente, durante a tarde, Caio ligou para Robert e soube que a outra equipe não queria permitir a retirada do kart, pois acreditavam que o estudante teria causado o acidente de propósito. Um dos membros teria pego o celular à força e exigido que Caio fosse até o local para conversarem.

Ao chegar no kartódromo, o estudante foi novamente acusado de tentar matar o outro piloto e, na sequência, acabou agredido pelos membros da equipe. Um dos autores teria golpeado o rosto de Caio com um soco inglês. O mecânico também foi agredido.

O boletim de ocorrência não traz nenhuma menção a presença de Omarzinho no local. O advogado do empresário não confirmou para o LIBERAL que seu cliente realizou os disparos, mas disse que ele nega ter ateado fogo no veículo ou ordenado a prática.  

“Abdo Omar Najar Neto não cometeu nenhum crime, muito pelo contrário, apenas evitou uma barbárie ainda pior que a ocorrida, tendo vista o estado lastimável que homens formados fizeram ao espancar seu filho”, disse Pablo.

Kartódromo
A Prefeitura de Nova Odessa disse que a Vigilância Sanitária foi “pega de surpresa” com o evento do fim de semana e que notificou o kartódromo “pelo descumprimento do decreto estadual que proíbe esse tipo de atividade”.

A administração informou que o kartódromo protocolou no mês passando um “plano de ação” para a retomada parcial das atividades, o que foi negado pela vigilância. A Federação Paulista de Automobilismo suspendeu em março a realização de provas por prazo indeterminado.

A direção do kartódromo disse ao LIBERAL que não houve nenhuma corrida ou evento no sábado. Os locatários dos boxes teriam permissão para usar as garagens e a pista para testar os veículos.

“O fato de ter seis, oito carros na pista não configura uma corrida”, justificou a direção, que alega que a Vigilância Sanitária teria conhecimento dessa situação e não teria vetado a prática.

Podcast Além da Capa
Por quais razões a recomendação de manter o isolamento social permanece como a maneira mais difundida no combate ao novo coronavírus, mesmo com mais de 100 dias de quarentena e com a retomada da produção econômica em curso? É o que discute essa edição do podcast “Além da Capa”. Ouça:

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