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ECONOMIA

Pão de queijo: Hortolândia cria associação para mercado que movimenta R$ 1 bilhão ao ano

Segundo a prefeitura, são produzidas na cidade, por ano, cerca de 120 mil toneladas de pão de queijo

Por Gabriel Pitor

25 de agosto de 2024, às 08h13 • Última atualização em 25 de agosto de 2024, às 11h12

Nos últimos anos, Hortolândia descobriu mais uma vocação para seu setor industrial, a fabricação de pão de queijo. O município se tornou um polo regional na produção do alimento e esse crescimento tem sido discutido desde a pandemia de Covid-19, já que a concorrência aumentou e as indústrias precisam se unir para fomentar o setor. Por isso, em agosto deste ano foi criada a Associação dos Produtores do Pão de Queijo de Hortolândia.

Segundo a prefeitura, são produzidas na cidade, por ano, cerca de 120 mil toneladas de pão de queijo, movimentando um mercado de R$ 1 bilhão ao ano e gerando aproximadamente três mil empregos. Atualmente, a cidade contabiliza, entre grandes, médias e pequenas, aproximadamente 100 empresas do setor.

Indústria do pão de queijo gera aproximadamente 3 mil empregos no município – Foto: Leonardo Matos/Liberal

Cotidiano

A rotina de uma produtora de pão de queijo começa cedo. Às 5h, os funcionários chegam, preparam a massa que vai queijo de origem da Serra da Canastra, em Minas Gerais, e fécula de mandioca. Se a intenção é vender essa mistura fresca, é colocada em potes.

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Mas também é possível distribuí-la congelada e aí a massa é colocada em uma máquina chamada de “pingadeira”, que faz as “bolinhas”. Depois, fica horas em uma geladeira antes de ser embalada e transportada aos supermercados e distribuidores.

A ponta final é, claro, o consumidor que tem cada vez mais incluído o pão de queijo nas refeições. Geralmente, o alimento é acompanhado de café, suco ou refrigerante. Tem quem goste de passar requeijão ou manteiga para adicionar sabor a esse produto cada vez mais tradicional.

Mara Pereira Mendes – Foto: Leonardo Matos / Liberal

“No início as pessoas tinham resistência com o pão de queijo, desvalorizavam o produto porque não conheciam. Mas aos poucos as fábricas foram surgindo, sendo que uma foi saindo da outra. E aí começou a ganhar espaço, ganhar mídia e se tornou um produto rico, que as famílias apreciam”, disse Mara Pereira Mendes, 55, proprietária da empresa Cynbom e presidente da associação.

O aumento da produção tem acompanhado o desenvolvimento econômico do município cujo PIB (Produto Interno Bruto) saltou de R$ 8,7 bilhões para R$ 18 bilhões, nos últimos 10 anos.

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“A indústria do pão de queijo é essencial para o desenvolvimento, a arrecadação e a economia de Hortolândia. A produção está cada vez mais organizada, modernizada e a tendência é de um crescimento ainda maior nos próximos anos, inclusive com a formação da nova associação que vai fomentar a produção”, comentou o secretário de Desenvolvimento, Inovação e Tecnologia, Dimas Padua.

Exportação

A pasta ajudou a alavancar a associação que, segundo Mara, pretende dar uma autonomia ao setor em relação à administração e viabilizar a exportação para outros países, já que atualmente os produtos têm chegado, em sua maioria, aos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Espírito Santo.

Além disso, há ideia de fazer um selo próprio do Polo do Pão de Queijo de Hortolândia, que seria utilizado nas embalagens das empresas que integram o grupo. A intenção é que esse selo comprove que o pão de queijo é de qualidade e fabricado em indústrias profissionais.

“O objetivo da associação é regularizar o setor, no sentido de ter produtores que fazem os produtos com a devida qualidade, dentro dos padrões da Vigilância Sanitária. Fazer com que a cidade seja reconhecida como o Polo do Pão de Queijo. Embora o pão de queijo seja uma tradição mineira, aqui em Hortolândia temos uma produção relevante”, afirmou a presidente da associação.

“Por ter uma grande quantidade, a concorrência é grande, então acaba prejudicando os produtores. A associação vem para buscar outros mercados. A gente pensa, por exemplo, em exportar para outros países. É pegar um mercado maior para que todos os produtores consigam vender”, completou.

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Mineira de Governador Valadares, Mara começou a Cynbom em 1995, ou seja, há 28 anos. Ela acredita que a fabricação de pão de queijo tem vivido o seu auge na região, inclusive com empresas que chegam a faturar quase R$ 1 mi por mês.

“Fico feliz e vejo como um avanço. É um produto gostoso. É um produto de tradição mineira, mas não significa que só será consumido em Minas Gerais. A gente mantém a tradição e oferta para as pessoas”, comemorou.

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