Caso Maria Clara
Padrasto de Maria Clara é denunciado por estupro, homicídio e ocultação de cadáver
Cássio Martins Camilo confessou ter estuprado e matado a enteada de cinco anos em Hortolândia
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13 de janeiro de 2021, às 07h31 • Última atualização em 13 de janeiro de 2021, às 15h54
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/hortolandia/padrasto-de-maria-clara-e-denunciado-por-estupro-homicidio-e-ocultacao-de-cadaver-1410209/
O auxiliar de produção Cássio Martins Camilo, 27, que confessou ter estuprado e matado a enteada Maria Clara Calixto Nascimento, de 5 anos, em Hortolândia, foi denunciado nesta terça-feira (12) pelo MP (Ministério Público) por estupro de vulnerável, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
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O caso está em tramitação pela 2ª Vara Judicial de Hortolândia. O promotor Pedro dos Reis Campos classificou o acusado como um “predador”, relembrando o fato do homem também ter sido denunciado por estupro de vulnerável na cidade vizinha de Monte Mor em 2018.
Cássio foi preso em flagrante em 18 de dezembro, um dia após o assassinato de Maria Clara, e teve a prisão preventiva decretada em 19 de dezembro. Além de solicitar a quebra do sigilo telefônico do homem, a promotoria requereu a manutenção da prisão preventiva.
“O acusado pode ser classificado, dentro da categoria de seres humanos, com aquilo que de mais torpe há, uma vez que praticou o segundo estupro e agora, progredindo em sua carreira criminosa, assassinou brutalmente uma criança em tenra infância”, disse Campos.
“É certo que, solto, agirá como predador rumo a novas vítimas. E isso se extrai pelo seu comportamento mendaz durante as buscas pelo corpo da menina”, apontou o promotor.
Como qualificadora para o crime de estupro, Campos indica o fato do homem ser padrasto da menina, o que pode dobrar a pena. No caso do homicídio, existe o agravante de ter sido cometido contra uma criança. E, para ocultação de cadáver, o agravante de ter ocorrido no “âmbito da convivência doméstica, contra mulher”.
Se a denúncia for aceita pela Justiça, o homem pode ir à júri popular. A reportagem tentou, mas não conseguiu contato telefônico com o defensor público designado para representar Cássio até a publicação desta matéria.
Relembre o caso
De acordo com o inquérito policial, Cássio admitiu durante interrogatório que usou drogas na noite que antecedeu o crime e “surtou” na manhã do dia 17 de dezembro, quando estava sozinho com Maria Clara, após ela ter se irritado ao ser proibida de ir na casa da vizinha para brincar.
O homem confirmou que realizou a “prática sexual” e, na sequência, utilizou as duas mãos para apertar o pescoço da criança, que não resistiu. Ele enrolou a menina numa cortina, colocou o corpo dentro de uma caixa de papelão e cobriu com pedaços de plástico.
Câmeras de segurança de residências da área flagraram Cássio carregando a caixa por ruas do bairro Vila Real, às 10h53, até o terreno baldio onde o corpo foi encontrado, na Rua Irmã Nazária Rita de Fillipi, bairro São Felipe, próximo à casa da família.
De acordo com a denúncia do MP, Cássio tentou molestar a criança, que gritou. “Para calá-la, ele a agrediu em diversas partes do corpo, deixando-a inconsciente”, relatou o promotor.
Ainda segundo a denúncia, a menina foi estuprada enquanto estava inconsciente. Na sequência, ela teve a boca tapada com uma fita adesiva e foi asfixiada pelo padrasto.
Campos cita também que a população local busca “instintivamente, promover justiça com suas próprias irmãos” para reforçar a manutenção da preventiva. No dia da prisão, houve protesto na frente da delegacia, com queima de pneus, o que “denota o intenso clamor social em torno dos fatos”.
O promotor solicitou que sejam entregues os laudos faltantes já requisitados pela autoridade policial, que inclui o exame necroscópico e sexológico.