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Caso Maria Clara

Padrasto acusado de matar enteada de cinco anos em Hortolândia vai a júri

Acusado vai responder por estupro de vulnerável, homicídio multiqualificado e ocultação de cadáver; pena pode chegar a mais de 60 anos

Por Pedro Heiderich

28 de julho de 2021, às 17h35 • Última atualização em 28 de julho de 2021, às 18h59

Polícia investiga terreno onde Maria Clara (destaque) foi encontrada – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal / Reprodução

A 1ª Vara Criminal de Hortolândia decidiu, nesta segunda-feira (26) que o auxiliar de produção Cássio Martins Camilo, 27, acusado de matar a enteada de cinco anos, Maria Clara Calixto Nascimento, vai a júri popular.

Ainda não há previsão de data para o julgamento. O crime ocorreu em dezembro de 2020 e teve grande repercussão. Cássio foi preso preventivamente no dia seguinte ao crime.

O padrasto responde por estupro de vulnerável agravado, homicídio multiqualificado (asfixia e outro meio cruel, para assegurar a ocultação do delito de estupro e feminicídio) e ocultação de cadáver.

Segundo o MP (Ministério Público), autor da denúncia, as penas somadas podem resultar de 31 a 63 anos de prisão.

A reportagem tentou contato com os advogados do caso, mas não obteve retorno até o momento.

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Relembre o caso

O corpo de Maria Clara foi encontrado em um terreno baldio, com sinais de estrangulamento e violência sexual. O crime em questão aconteceu no dia 17 de dezembro, na casa da família, no bairro Vila Real, em Hortolândia.

No depoimento prestado na delegacia, Cássio admitiu que usou drogas na noite que antecedeu o crime e “surtou” quando estava sozinho com Maria Clara.

O homem confirmou que realizou a “prática sexual” e, na sequência, utilizou as duas mãos para apertar o pescoço da criança, que não resistiu.

Não houve conjunção carnal, conforme apontado nos laudos, o que não afasta a possibilidade de ato libidinoso e é enquadrável como estupro.

Na sequência, Cássio enrolou a menina numa cortina, colocou o corpo dentro de uma caixa de papelão e cobriu com pedaços de plástico. Câmeras de segurança de residências da área flagraram Cássio carregando a caixa por ruas do bairro. Depois, descartou a caixa em um terreno baldio.

Somadas, as penas para o autor do crime podem chegar a 63 anos de prisão – Foto: Reprodução

No interrogatório em juízo, meses depois, o homem alegou que a morte da vítima foi resultado de uma “queda acidental”.

No entanto, quando perguntado sobre as circunstâncias em que teria ocorrido o suposto acidente, ele optou por permanecer em silêncio.

Cássio negou ter cometido violência sexual contra a criança.

A única parte da história anterior que ele confirma é que escondeu o corpo dela na caixa e deixou no terreno porque teria ficado com medo de ser responsabilizado pelo acidente e de ser linchado por populares.

Confrontado sobre as contradições dos depoimentos prestados na fase policial e em juízo, Cássio alegou que teria sido forçado e agredido pelos policiais para confessar. Porém, negou conhecer os agentes envolvidos.

O MP argumenta que não há nenhuma prova para sustentar o novo discurso do acusado e pediu que o caso fosse à júri popular, o que foi acatado três meses depois, nesta segunda-feira (28).

Na decisão, o juiz André Forato Anhê afirmou que existem indícios suficientes para que o réu seja levado a júri popular.

O juiz recusou também pedido da defesa do réu para que ele responda pelo crime em liberdade.

Segundo o magistrado, o acusado deve continuar preso já que as circunstâncias indicam claramente “a periculosidade concreta do réu (que já responde, denunciado, por outro estupro de criança, ocorrido em cidade vizinha)”.

Solto, é bem provável que empreenda fuga, até porque já o tentou antes”, completou.

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