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Justiça recebe recursos do MP e de condenados no caso da morte de ganhador da Mega-Sena, em Hortolândia

Sentença do crime, que ocorreu em setembro de 2022, foi dada na último segunda-feira (16)

Por Cristiani Azanha

25 de setembro de 2024, às 14h33 • Última atualização em 26 de setembro de 2024, às 08h48

A Justiça recebeu os recursos dos advogados dos réus condenados às penas de 28 a 30 anos de prisão pelo sequestro e morte do ganhador da Mega-Sena, Lucas Alves Dias, em Hortolândia. O crime, que ocorreu em setembro de 2022, teve a sentença dada no último dia 16 pela 2ª Vara Criminal da cidade.

No documento de 69 páginas o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) também apelou para a reforma parcial da sentença, pois entendeu que os réus deveriam ter a pena aumentada por associação criminosa.

O milionário Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, morreu após ser sequestrado em Hortolândia – Foto: Reprodução/Facebook

O órgão pede ainda que outros dois acusados, que foram absolvidos, sejam condenados pelo mesmo crime, além de que cada réu pague R$ 50 mil de indenização aos familiares da vítima.

Roberto Jefferson da Silva e Marcos Vinicius Ferreira da Silva foram condenados a 28 anos de prisão, em regime fechado, pelo crime de extorsão mediante sequestro.

Também pelo mesmo delito, Marcos Vinicyus Sales de Oliveira pegou pena de 30 anos de prisão. Todos estão presos.

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Já Samuel Messias Pereira Batista, que tem nome social de Rebeca, e Rogério de Almeida Spínola, ambos presos em Santa Bárbara, foram absolvidos por falta de provas.

Rebeca teria emprestado a conta para o esquema, mas não teria ciência do plano de sequestrar um ganhador da Mega.

Da mesma forma, Rogério teria sido usado por Roberto para se aproximar dos moradores de rua e usuários de drogas para conseguir documentos pessoais. Em relação aos dois, a Justiça determinou a expedição de alvará de soltura.

Outro lado

A advogada Gabrieli Martimbianco, que representa Marcos Vinicyus, afirmou que a defesa busca a desclassificação do crime.

“Ficou evidente que a vítima faleceu por falta de atendimento médico adequado e o acusado não pode responder pela morte, mas somente pela lesão grave.”

Carina Nunes Goldmann, que assistiu Rebeca pela Defensoria Pública, enfatizou que a ré é uma pessoa em vulnerabilidade social que foi procurada por outra pessoa para que fornecesse seus documentos.

“Foi usada como ‘laranja’ para a realização de golpes, não participou e nem sabia do ocorrido com a vítima.  Acredito que a sentença será mantida e irei me manifestar em breve”, enfatizou.

A reportagem entrou em contato com os outros advogados dos réus, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Caso

Apesar de ter ganhado R$ 47,1 milhões em um jogo da Mega-Sena em 2020, Jonas Lucas Alves Dias, 55, era morador do bairro Jardim Rosolen, em Hortolândia, e mantinha um estilo de vida considerado simples.

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Na manhã do dia 13 de setembro ele foi arrebatado por criminosos, que o levaram para um cativeiro, onde ficou cerca de 20 horas em poder dos sequestradores.

Agredido, ele foi abandonado às margens da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), chegou a ser socorrido, mas morreu. Após abandoná-lo, os criminosos ainda tentaram transferir R$ 3 milhões, sem sucesso.

Os acusados foram presos pouco tempo depois pelos policiais da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Piracicaba. Entre eles estavam moradores de Santa Bárbara d’Oeste.

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