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Cravada

Hortolândia é alvo de operação da PF contra núcleo financeiro do PCC

Agentes da Polícia Federal cumpriram um mandado de prisão e dois de busca e apreensão na cidade durante esta terça-feira

Por André Rossi

07 de agosto de 2019, às 09h24

Hortolândia foi uma das 18 cidades alvo da Operação Cravada, deflagrada nesta terça-feira pela PF (Polícia Federal) para desarticular o núcleo financeiro do PCC (Primeiro Comando da Capital). Um mandado de prisão e dois de busca e apreensão foram realizados na cidade, mas os detalhes das atividades locais não foram divulgados.

Cerca de 180 policiais federais cumpriram 55 mandados de busca e apreensão. Dos 30 mandados de prisão, 26 foram cumpridos. As ordens foram expedidas pela Vara Criminal de Piraquara (PR).

O LIBERAL teve acesso ao processo e verificou que um mandado de prisão e outro de busca e apreensão tinham o mesmo endereço em Hortolândia, em um residencial no Jardim Terras de Santo Antonio. A outra ordem de busca era para um imóvel no mesmo bairro.

O morador de Hortolândia teve a prisão preventiva decretada por associação criminosa. O pedido de quebra de sigilo dos dados telefônicos foi autorizado.

Foto: Polícia Federal / Divulgação
De acordo com a PF, o controle das atividades era feito por meio de bilhetes levados por familiares de presos

Apesar do mandado de prisão, expedido nesta segunda-feira, o nome do hortolandense não consta na decisão do dia 2 de agosto que solicitou as prisões. O documento é assinado pelo juiz de direito substituto Leandro Leite de Carvalho e detalha a participação de alguns dos envolvidos.

A reportagem pediu para a PF um balanço da operação em Hortolândia, mas não houve retorno. O setor não esclareceu qual seria a participação do homem no esquema, nem confirmou se o mandado de prisão dele foi um dos cumpridos.

O LIBERAL constatou que o imóvel alvo do mandado de prisão é o mesmo no qual um oficial de Justiça tentou intimar o suspeito no dia 1º de março deste ano. Ele foi condenado a dois anos, nove meses e vinte e cinco dias de prisão em 6 de maio de 2015.

O crime foi cometido em 2011, quando o homem estava detido na Penitenciária 3 de Hortolândia. Ele é acusado de tentar subornar um agente penitenciário com R$ 2 mil para que lhe entregasse um celular. O então detento negou o crime.

Quando houve a condenação em 2015, o suspeito já estava solto e pôde recorrer em liberdade. Como não foi localizado em seu imóvel, a Justiça determinou a intimação via edital. Caso não fosse apresentado recurso, a ação transitaria em julgado e seria expedido mandado de prisão. O LIBERAL não conseguiu contato com o advogado do homem.

Esquema

A investigação teve início em fevereiro, com base em informações obtidas sobre a existência de uma espécie de núcleo financeiro do PCC na Penitenciária Estadual de Piraquara.

Chamados de “rifas”, os pagamentos eram repassados por meio de diversas contas bancárias e de maneira intercalada para dificultar o rastreamento. Foram identificadas e bloqueadas ao menos 400 contas suspeitas em todo o País.

A investigação indica a circulação de R$ 800 mil a R$ 1 milhão por mês. Os valores eram utilizados para comprar armas de fogo, entorpecentes e providenciar transporte e estadia de integrantes e familiares de membros da facção em locais próximos a presídios, cujo objetivo era trocar bilhetes com os presos.

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