Duplo Homicídio
Família não acredita em prisão de policial: ‘Se fosse o contrário já estava preso’
Após matar os irmãos Adelmo e Eclécio por conta de uma discussão por som alto, policial está foragido
Por Pedro Heiderich
27 de abril de 2021, às 16h58 • Última atualização em 28 de abril de 2021, às 07h44
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/hortolandia/familia-nao-acredita-em-prisao-de-policial-se-fosse-o-contrario-ja-estava-preso-1500760/
A família dos irmãos Adelmo e Eclécio Ferreira de Lima, de 39 e 36 anos, respectivamente, afirmou ao LIBERAL nesta terça-feira (27) que não acredita na prisão do policial José Vicente da Cruz, 67, suspeito de matar a tiros os dois na noite de sábado (24), no Jardim Nova América, em Hortolândia.
O policial, que está afastado e aguardando aposentadoria, é vizinho de Eclécio e fugiu após os disparos. Os irmãos foram velados e enterrados no Cemitério Parque Hortolândia na manhã desta segunda-feira (26). Eles bebiam cerveja em frente de casa, por volta das 19h, quando o policial começou a discutir com eles. Ele carregava uma pistola e atirou nos dois.
A suspeita é que a briga tenha ocorrido devido ao som alto. A Polícia Civil segue realizando diligências em busca do policial, que está foragido.
“Não acreditamos que ele será preso. A justiça não funciona para pessoas trabalhadoras e honestas, para pais de família”, declara Vânia Elivania Santos, 37, cunhada de Adelmo. “Se fosse o contrário, tenho certeza que já tinham dado um jeito, que já estaria preso”.
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Os dois irmãos eram ajudantes de pedreiro, trabalhavam na mesma empresa e sempre foram amigos. “Todos finais de semana a família sempre estava unida, todos juntos. Os dois eram trabalhadores, sinceros, honestos. Pessoas boas, bons vizinhos, bons amigos”, destaca.
Vânia, que sempre frequentava o local, conta que o policial morava com a esposa e um filho adolescente, mas que a família não tinha contato com nenhum dos vizinhos. “Quase não saiam, só ele mesmo”.
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A esposa de José Vicente da Cruz foi escoltada pelos policiais e deixou a casa na noite do assassinato, conta a cunhada de Adelmo. Após os disparos, a mulher do policial teria saído de casa desesperada. José Vicente fugiu na sequência, em seu Voyage.
A familiar das vítimas revelou ao LIBERAL que o policial já havia ameaçado, com arma em punho, matar até criança por conta de barulho, no ano passado.
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“Ele dizia em um bar próximo aqui que tinha o porte de arma. Ninguém nunca viu uma visita na casa deles. Ficamos sabendo que ia se aposentar e que realizava tratamento com psicóloga duas vezes no mês”, revela Vânia.
O caso foi registrado como homicídio qualificado consumado e é investigado pelo 1° DP (Distrito Policial), sob responsabilidade do delegado João Jorge Ferreira da Silva.
A reportagem tentou contato, mas o delegado estava em diligências nos momentos das ligações. No boletim de ocorrência não aparece telefone de contato do policial José Vicente.