CPP
Em cinco anos, agentes apreendem 1,3 mil celulares em presídio de Hortolândia
Alto número de apreensões na unidade de Hortolândia se deve ao tipo de regime aplicado no local; SAP afirma que intensificou segurança com equipe de ronda desde 2020
Por Heitor Carvalho
21 de março de 2021, às 09h02 • Última atualização em 22 de março de 2021, às 13h41
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/hortolandia/em-cinco-anos-agentes-apreendem-13-mil-celulares-em-presidio-de-hortolandia-1466642/
O CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Hortolândia apreendeu 1.339 celulares nos últimos cinco anos, de acordo com dados da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária).
No período pesquisado, entre 2015 e 2020, o ano com o maior número de apreensões foi 2018, quando 324 celulares foram apreendidos na unidade prisional.
O menor número foi registrado em 2015, quando 129 aparelhos foram flagrados pelos agentes penitenciários.
Segundo o diretor do CPP de Hortolândia, Joaquim Gomes da Silva, o alto número de apreensões na unidade se deve ao tipo de regime aplicado no local. “A unidade aqui é cercada por um alambrado, que fica margeando a rua e uma favela próxima, então as pessoas tentam arremessar os celulares através dessa cerca”, afirma.
De acordo com Joaquim, o arremesso pelos alambrados é a principal forma pela qual criminosos tentam introduzir celulares na unidade prisional, mas muitos também são enviados pelos Correios. Os agentes apreendem os aparelhos encontrados durante a ronda.
Por se tratar de uma unidade de regime semiaberto, outra maneira que os detentos encontravam de entrar com os aparelhos é engolir micro celulares quando saíam para trabalhar e voltavam para o CPP.
No entanto, desde 2018 a unidade passou a contar com um aparelho de scanner corporal, o que fez com que o número de apreensões de celulares engolidos pelos internos aumentasse desde então.
A maior parte dos aparelhos apreendidos, no entanto, são celulares comuns. Segundo Joaquim, por meio de um dos alambrados também são jogadas drogas, principalmente maconha.
Destinação
Um CPP é um local específico para abrigar os detentos que cumprem o final da pena, em regime semiaberto. Esta é a penúltima etapa da sentença de um condenado, sendo que o estágio seguinte é a liberdade condicional ou o regime aberto.
O CPP de Hortolândia é o único do tipo na RPT (Região do Polo Têxtil) e integra o Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia, que fica no limite entre os dois municípios.
O complexo também é composto pelo CPP de Campinas, por outros dois CDPs (Centros de Detenção Provisória), onde ficam os presos que aguardam julgamento, e por duas penitenciárias, onde ficam aqueles que já foram julgados e que cumprem regime fechado.
Em Americana também há um CDP, enquanto a cidade de Sumaré conta com um CR (Centro de Ressocialização), que abriga presos primários e de baixa periculosidade.
Ronda
O LIBERAL questionou a SAP sobre a existência de algum projeto para melhorar a estrutura dos alambrados do CPP de Hortolândia para evitar que os celulares sejam lançados através deles.
Em nota, por meio da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Central do Estado, a SAP afirma que implementou uma equipe de ronda desde o ano passado para intensificar a segurança no Complexo Campinas-Hortolândia.
“Essa medida tem resultado no aumento do número de apreensões, inibição dos arremessos, além de auxiliar a Polícia na prisão dos envolvidos no crime de tentar burlar a segurança visando entrar com ilícitos nos presídios”, conclui o comunicado.