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CASO MARIA CLARA

Delegado confirma que menina de 5 anos foi estuprada por padrasto

Cássio Martins Camilo, de 27 anos, confessou o crime na manhã desta sexta-feira; corpo de criança foi encontrado dentro de caixa em terreno baldio

Por André Rossi

18 de dezembro de 2020, às 17h39 • Última atualização em 18 de dezembro de 2020, às 18h15

O delegado titular de Hortolândia, João Jorge Ferreira da Silva, confirmou nesta sexta-feira (18) que a menina Maria Calixto Nascimento, de 5 anos, foi estuprada e morta pelo padrasto Cássio Martins Camilo, de 27 anos. O homem confessou o crime e foi preso em flagrante.

O corpo da menina foi encontrado em um terreno baldio na Rua Irmã Nazária Rita de Fillipi, no bairro São Felipe, região do Vila Real, próximo à casa da família. A criança estava dentro de uma caixa de papelão coberta por plástico.

Delegado João Jorge Ferreira da Silva, em coletiva sobre o caso nesta sexta – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Familiares realizavam buscas na manhã desta sexta quando um tio da criança encontrou o corpo. Em um ato de desespero, a mãe da menina, a encarregada de produção Franciéle Kauane Viana Nascimento, 25, pegou o corpo no colo e o levou até a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Nova Hortolândia, mas a criança já estava morta.

A menina estava desaparecida desde a manhã de quinta-feira (17). O padrasto já era suspeito e chegou a ser ouvido ontem na delegacia, mas acabou liberado e levado até a casa de uma parente em Monte Mor. Ele negava participação no então sumiço da criança.

Depois que o corpo foi encontrado nesta sexta-feira, agentes da Polícia Civil interceptaram o homem tentando fugir de Monte Mor para Campinas. Ele foi detido quando descia de um veículo de transporte por aplicativo já na cidade campineira.

“Esse individuo foi localizado, trazido até as nossas dependências, e aqui ele confessou a prática do delito. Onde ele teria estuprado a criança e posteriormente a matado. Só estamos diligenciando para verificar a forma como ele levou a criança”, afirmou o delegado João Jorge.

O corpo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) para determinar a causa exata da morte e se a criança estava viva durante o estupro. Ainda segundo o delegado, a suspeita é de que a criança tenha sido morta por asfixia.

“A psicose de um indivíduo, você não pode tentar imaginar o motivo. Ele é um individuo descompensado, desqualificado, para o qual a vida não tem valor. […]  Elemento psicótico não tem arrependimento”, disse João Jorge ao ser questionado se o homem demonstrou arrependimento.

Momento do crime

Segundo o delegado, o crime deve ter ocorrido após às 5h de quinta-feira. A mãe da criança deixou a casa para trabalhar e o homem permaneceu no imóvel com a menina.

A mulher estava na delegacia durante a tarde desta sexta-feira para prestar depoimento. Ela não era considerada suspeita, mas a Polícia Civil queria determinar as circunstância que levaram ao crime.

“Esse indivíduo, que é usuário de entorpecente, teria retornado por volta das 5h para  a residência. […] Particularmente, eu não deixaria uma criança na mão de um usuário de entorpecente. Ele chegou às 5h na residência porque ele passou a noite inteira consumindo crack”, afirmou João Jorge.

A perícia da Polícia Civil voltou ao imóvel nesta sexta-feira para uma nova inspeção. Um fato que chamou a atenção foi o fato do homem ter lavado a casa inteira na quinta-feira de manhã. Vizinhos ouvidos pelo LIBERAL presenciaram o ato.

Além da casa, o terreno onde a criança foi encontrada e outra área de mato na mesma rua também foram alvo dos agentes.

“A perícia foi fazer o levantamento para ver se não tinha indícios no outro terreno também. Na casa ontem, quando meus investigadores adentraram, ela tinha sido lavada inteira, mas isso não impede da perícia encontrar indícios posteriores”, ressaltou João Jorge.

O delegado apontou ainda que Cássio Martins Camilo é acusado de estupro contra uma outra enteada, de 9 anos, na cidade de Monte Mor. O crime teria ocorrido em 2018.

Cássio foi preso em flagrante e seria transferido para uma cadeia ainda nesta sexta. A unidade prisional não foi revelada.

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