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DENTRO DE CASA

Três são presos por tortura contra menino de 11 anos em Campinas

PM encontrou a criança presa em um barril, onde havia urina e fezes; pai disse que objetivo era educar o garoto

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31 de janeiro de 2021, às 19h14 • Última atualização em 04 de fevereiro de 2021, às 15h01

A PM (Polícia Militar) resgatou neste sábado (30), em Campinas, um menino de 11 anos que estava preso em um barril de metal com a cintura, as mãos e os braços acorrentados. O pai da criança, a namorada dele e a filha desta mulher foram presos acusados de tortura.

O caso aconteceu na casa da família, no Jardim Andorinhas. Segundo o boletim de ocorrência, o barril estava “muito quente”, por estar exposto ao sol, e continha uma quantidade “considerável” de urina e fezes do garoto.

Forçado a ficar em pé, menor estava com as pernas inchadas – Foto: Polícia Militar

O local era coberto por uma telha e uma pia de mármore. O menino precisava ficar o tempo inteiro em pé, pois, como seus braços ficavam acorrentados e fixos na parte de cima do tambor, ele não conseguia sequer se agachar. Por conta disso, suas pernas estavam inchadas.

O menor aparentava estar subnutrido e disse para os policiais que estava consumindo suas próprias fezes, porque não recebia alimentos havia quatro ou cinco dias. Afirmou ainda que passava por essa situação há anos.

O pai, um auxiliar de serviços gerais de 31 anos, argumentou que mantinha o menino preso para educá-lo. Alegou que o garoto ficava “muito agitado” dentro de casa, de acordo com o registro policial. Ele foi indiciado por tortura.

A namorada do pai, uma faxineira de 39 anos, e a filha dela, uma vendedora de 22 anos, tinham ciência dos fatos e não tomavam nenhuma atitude, conforme consta no boletim de ocorrência. Então, a Polícia Civil decidiu prendê-las por “tortura omissa”.

Ocorrência
A PM compareceu no local após denúncia de maus-tratos. Populares disseram para a equipe que desconfiavam da situação porque o garoto não brincava mais na rua e, desde antes da pandemia, não frequentava mais a escola.

Quando chegaram à casa, os militares tiveram a entrada autorizada pela vendedora de 22 anos e logo se dirigiram até o menino. A equipe cortou a corrente que prendia a criança e acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Depois, o menor foi encaminhado para o Pronto-Socorro do Hospital Ouro Verde.

O pai e a namorada estavam no supermercado e, após retornarem para a residência, foram detidos. A PM também fez contato com o Conselho Tutelar, que determinou por telefone que o menor ficasse com sua tia paterna.

O caso foi registrado na 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Campinas, que determinou a prisão em flagrante dos três envolvidos.

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