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Restrições

Pais de alunos promovem carreata para abertura das escolas em Campinas

Protesto será às 10h de domingo, com concentração na Lagoa do Taquaral, seguindo pelas ruas da cidade

Por Milton Paes

05 de março de 2021, às 21h34

O movimento Escolas Abertas em Campinas promove uma carreata de protesto no próximo domingo, às 10 horas, com concentração no bolsão de estacionamento do portão 2 da Lagoa do Taquaral, seguindo pelas ruas de Campinas cobrando da prefeitura a abertura das escolas das redes pública e privada na cidade.

O movimento Escolas Abertas é formado por pais de alunos de escolas públicas e particulares que defendem o pleno funcionamento das instituições de ensino de forma presencial. Foi divulgado um abaixo assinado nas redes sociais que já conta com mais de 9 mil assinaturas e que será encaminhado ao prefeito.

Protesto pede a retomada das aulas de maneiras presencial em Campinas – Foto: Divulgação

A empreendedora da área de eventos Andreia Ferraz é uma das organizadoras do Movimento Escolas Abertas em Campinas. Ela tem uma filha de 11 anos, matriculada na rede pública municipal e que ainda não retornou de forma presencial.

Ela explica que há uma ansiedade muito grande das crianças no retorno às aulas e no contato com os colegas. Segundo Andreia, o movimento também quer que os professores sejam considerados grupo prioritário na campanha de vacinação contra a Covid-19.

“Nós queremos que a Secretaria de Educação, junto ao prefeito, entendam que existe a necessidade e dessas crianças retornarem à escola. O que queremos é um diálogo para que possamos chegar a um consenso”, defende.

Em nota, a Secretaria de Educação de Campinas justificou que as escolas continuam fechadas. “Em Campinas, as aulas em todos os níveis permanecem suspensas por força do decreto municipal. O município tem autonomia para tomar medidas mais rigorosas que o Estado, o que não pode ocorrer é o inverso (medidas mais suaves que as estaduais ou federais)”.

Médicos Pela Educação
A pediatra Gabriela Murteira, representante do Movimento Médicos Pela Educação, em Campinas, considerou o decreto assinado pelo prefeito Dário Saadi extremamente desrespeitoso.

“Um decreto anunciado no dia dois de março, às 15h, para ser colocado em prática no dia três de março. Sem tempo para que os profissionais que seguiriam trabalhando se organizassem, sem tempo das escolas se planejarem e sem tempo para as crianças serem preparadas. Desrespeitoso também no que se refere ao fechamento total” afirma.

Segundo a pediatra, algumas crianças necessitam da escola presencial , pois são vulneráveis, com saúde mental em risco, que têm dificuldades em acompanhar aulas online, seja pela faltas de acesso a esse tipo de tecnologia, por estarem em processo de alfabetização ou com algum grau de déficit de atenção ou intelectual.

“Manter a escola aberta apenas para essas crianças, incentivando as demais famílias a ficarem em casa, reduziria em 80% o fluxo de alunos e 60% o fluxo de profissionais da Educação. Sem contar que sabemos perfeitamente que o número de leitos está abaixo do número da primeira onda, mostrando um despreparo da área da Saúde para enfrentar a segunda onda”, disse.

A médica afirma que as pessoas acharam que, pelo fato das escolas estarem abertas e do comércio estar funcionando, a situação estava controlada. “Ignoraram todos os avisos de que estávamos ainda em pandemia e que deveríamos continuar seguindo os protocolos. Faltou educação em saúde maciça, em todos os meios de comunicação, feito por todos os líderes. O momento que estamos vivendo, infelizmente, não permite a livre circulação de pessoas como antes. Isso só será possível após a vacinação em massa”, concluiu.

Grupo Escolas particulares de Campinas
O diretor pedagógico do Colégio Crescer e um dos representantes do Grupo de Escolas Particulares de Campinas, Anderson Gama, defende a abertura das escolas na cidade. Para ele, o decreto do prefeito Dário Saadi, que determinou a fase vermelha no município e o fechamento das escolas é um equívoco, pois não está sendo levada em consideração a saúde das crianças.

Segundo ele, as unidades seguem rigorosamente todos os protocolos de segurança da área da Saúde na prevenção ao Covid-19 e o decreto vai em posicionamento contrário ao Plano São Paulo, que permite o funcionamento das escolas na fase vermelha.

“Você manter a escola fechada vai trazer um segundo problema de curto, médio e longo prazo, que é a saúde das crianças, seja a saúde física ou a saúde emocional. Já no ano passado percebemos que os índices de depressão infantil, de automutilação infantil e de obesidade infantil, além de uma série de outros problemas de cunho social, se agravaram muito na pandemia, principalmente para as crianças de dois a oito anos. Quando você fecha a escola, muitas vezes está retirando da criança o único convívio social que ela possui” diz.

O Grupo Escolas Particulares de Campinas é formado por 120 instituições particulares de ensino.

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