Covid-19
HC da Unicamp só tem medicamento de intubação por mais seis dias
O hospital é referência no atendimento Covid-19 na região de Campinas
Por Milton Paes
19 de março de 2021, às 08h27 • Última atualização em 19 de março de 2021, às 08h40
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/campinas/hc-da-unicamp-so-tem-medicamento-de-intubacao-por-mais-seis-dias-1467535/
O HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp pode passar a ter que escolher quais pacientes serão atendidos com quadro grave de Covid-19. A situação é preocupante, uma vez que o medicamento para intubação deve durar por apenas mais seis dias. O hospital é referência no atendimento Covid-19 na região de Campinas.
A informação foi confirmada pelo superintende do HC, Antônio Gonçalves de Oliveira Filho, que apresentou um raio X da situação da unidade durante o fórum virtual da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), na noite desta quinta-feira (18).
O superintendente do HC disse que o hospital tem o relaxante muscular Rocurônio para mais seis dias e os estoques de Midazolam, usado para sedação, “estão críticos”. Além disso, há dificuldade para comprar de outros insumos, como luvas.
Segundo ele, o número de pessoas à espera de leitos e o aumento de casos de Covid-19 está levando a direção do HC a analisar o “manual de decisões difíceis baseado na escassez de recursos”.
O evento contou com representantes de hospitais da região, com o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) e o secretário de saúde de Campinas, Lair Zambon.
Na reunião, o secretário de Saúde, Lair Zambon, demonstrou preocupação com a evolução da pandemia na próxima semana. Segundo ele, o alerta é feito com base na análise de indicativos como o atendimento de síndromes gripais nos Centros de Saúde.
“O cenário nesses próximos 10 dias é terrível, principalmente por causa desses indicadores e porque os casos são muito mais graves”, disse.
Já o prefeito Dário Saadi admitiu problema para compra de alguns insumos e que vai propor a antecipação de feriados aos prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) como medida para tentar frear a disseminação do vírus.
Ainda nesta reunião, Saadi descartou a adoção de um “lockdown clássico” e disse que a reunião virtual entre os 20 prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas), agendada para esta sexta-feira (19), não anunciará “nada efetivo” em um primeiro momento.
De acordo com a última atualização do boletim Covid-19 da Prefeitura de Campinas, a cidade tem 163 pessoas com síndrome respiratória aguda grave aguardando vaga de internação. São 94 pessoas à espera de vagas em leitos de UTI Covid e 69 pacientes para enfermaria Covid. Todos os pacientes estão sendo atendidos e medicados em leitos de retaguarda.