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COVID-19

Direção do Metropolitano vai à Justiça para retomar controle de hospital em Campinas

Decreto do prefeito Dário Saadi determinou que a unidade seja usada para atender pacientes com Covid-19 do SUS em Campinas

Por Milton Paes

02 de março de 2021, às 19h28

Prefeitura determinou a retomada do uso do hospital, que é particular, para o atendimento de pacientes com Covid-19 - Foto: Luciano Claudino - Código19 - Estadão Conteúdo

A diretoria do Hospital Wakanda, que assumiu o controle administrativo do Hospital Metropolitano, em Campinas, ingressou na tarde desta terça-feira (2) com uma ação na Justiça após o decreto do prefeito Dário Saadi que determinou que a unidade seja usada para atender pacientes com Covid-19 do SUS.

Em entrevista ao LIBERAL, o diretor-clínico do hospital, Lúcio Souza, afirmou que a direção está consternada com a atitude tomada pela prefeitura de requisição administrativa para utilização da unidade hospitalar.

“A gente, inúmeras vezes desde janeiro, vem tentando firmar este convênio com a prefeitura para poder estar atendendo a população de Campinas. Em nenhum momento fomos atendidos e repentinamente a gente recebe essa notícia por um decreto no qual o prefeito está tomando o hospital de um grupo privado”, diz.

O diretor explicou que o grupo controlador, formado por empresários, médicos e advogados, assumiu o hospital no início de janeiro e a situação da unidade estava em total precariedade.

“Recebemos o hospital numa condição inadequada para reabertura, como ele ainda está. Entre hoje até a próxima quinta-feira seria a finalização da parte dos gases para a gente abrir com segurança. Para a gente assumir o hospital nos comprometemos com uma recuperação financeira e assumindo todos os custos tributários, com funcionários e fornecedores”, explica.

O prefeito Dário Saadi, informou que a decisão de incorporar o Hospital Metropolitano ocorreu diante da proximidade de colapso no atendimento aos pacientes com Covid-19 na cidade, que enfrenta lotação nos leitos da rede pública e irá retroceder à fase vermelha a partir desta quarta-feira (3).

A compra de leitos na rede privada se mostra inviável, segundo ele, diante da pressão que os hospitais particulares também estão vivendo para atender pacientes graves infectados pelo novo coronavírus e também os acometidos por outras doenças.

“Analisamos muito antes de tomar essa decisão, avaliamos outras possibilidades, mas a oferta de leitos na cidade está crítica tanto na rede pública quanto privada”, disse o prefeito.

Dário informou que a prefeitura não está expropriando o Metropolitano, mas sim requisitando o hospital e os equipamentos para atender o SUS em Campinas durante o período da pandemia.

Um novo convênio com o Metropolitano, como ocorreu no ano passado, foi descartado por parecer jurídico. O secretário municipal de Justiça, Peter Panutto, explicou que, na situação anterior, a prefeitura lidou com insegurança jurídica no contrato porque o hospital passa por recuperação judicial e tem ordem de despejo para desocupar o espaço.

“Recebemos inúmeros ofícios do Ministério Público Federal, Polícia Federal, questionando a contratação do hospital diante dessa fragilidade jurídica de sua situação. Não havia nenhuma possibilidade de fazer nova contratação. O decreto publicado hoje está amparado na Constituição, estamos priorizando o interesse público”, afirmou o secretário.

Mais leitos

Segundo a prefeitura, até o final da semana, haverá ampliação na oferta de leitos de UTI, de enfermaria e de observação na rede formada pelos hospitais municipais Mário Gatti e Ouro Verde e nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e agora também pelo Hospital Metropolitano.

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Hoje, a Rede Mário Gatti tem 65 leitos de UTI, 92 de enfermaria e 16 de observação. Em cinco dias, informou o presidente da rede, Sérgio Bisogni, a disponibilidade será ampliada para 79 leitos de UTI, 116 de enfermaria e 29 de observação.

Uma contratação emergencial vai permitir que, em duas semanas, essa estrutura passe a contar com oferta de 99 leitos de UTI, 158 de enfermaria e 29 de observação.

A ampliação de disponibilidade, que começa esta semana, inclui aumento no número de leitos de UTI exclusivo para pacientes com Covid no Hospital Municipal Mário Gatti, o ingresso de leitos do Hospital Metropolitano (serão 37, sendo dez de UTI, 20 de enfermaria e sete de observação esta semana), além de incremento na oferta no Hospital Ouro Verde e na UPA Anchieta.

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