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Campinas

Criticada, Fase de Transição traz alívio para alguns setores em Campinas

Abrasel avalia que a manutenção da proibição de abertura por mais uma semana aumenta ainda mais as dificuldades do setor; Acic aposta na venda para o Dia das Mães

Por Milton Paes

16 de abril de 2021, às 20h08 • Última atualização em 16 de abril de 2021, às 20h09

Saadi enfatiza que mesmo com a flexibilização, os cuidados precisam ser mantidos pela população - Foto: Manoel de Brito - PMC

A Prefeitura de Campinas confirmou, em transmissão nas redes sociais, que a cidade irá entrar na Fase de Transição do Plano São Paulo a partir deste domingo (18). Durante a live, o prefeito Dário Saadi (Republicanos), informou que o decreto municipal com as mudanças será publicado na edição extraordinária do Diário Oficial deste sábado (17) com validade já a partir de domingo.

A nova fase, válida para todo o estado, terá duração de duas semanas e regras que permitirão a retomada de algumas atividades com 25% de capacidade.

Na primeira semana, que começa neste domingo, estão autorizadas as atividades comerciais e religiosas. Na segunda semana, entre os dias 24 e 30, também será autorizada a retomada de atividades presenciais em restaurantes, salões de beleza e barbearias . As academias e centros de treinamento também poderão funcionar entre 24 e 30 de abril. Para este segmento, o horário permitido será das 7h às 11h e das 15h às 19h.

De acordo com o decreto municipal, a partir do dia 24 de abril, os parques públicos e os clubes sociais poderão reabrir, mantendo o limite de 25% de capacidade e o horário entre 11h e 19h. Nessa semana, estará autorizada também a retomada das atividades culturais.

Segundo o secretário de Justiça de Campinas, Peter Panutto, a cidade seguirá integralmente as medidas anunciadas pelo Estado.

“No nosso decreto, além do que determina o Estado, vamos manter as restrições da Fase Emergencial e da Fase Vermelha, entre elas o uso das áreas comuns dos condomínios e a de festas clandestinas e reuniões familiares com mais de 10 pessoas”, explicou. “Também manteremos a entrada de apenas uma pessoa por família em estabelecimentos comerciais”, completou.

O prefeito Dário Saadi enfatiza que mesmo com a flexibilização, os cuidados precisam ser mantidos pela população.

“Precisamos manter a atenção especial e todos os cuidados possíveis, mesmo com essa flexibilização. Campinas, graças à adesão da população, está em uma situação mais controlada, mas não é hora de baixar a guarda”, disse.

Bares e restaurantes
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Campinas e região avalia que a manutenção da proibição de abertura por mais uma semana e reabertura com horário reduzido a partir do dia 24 de abril, dentro da fase de transição do Plano São Paulo, aumenta ainda mais as dificuldades do setor com 162 dias fechado desde março do ano passado.

“Este novo cronograma de transição é uma ducha de água fria e bater em cachorro morto”, alerta Matheus Mason, presidente da Abrasel em Campinas e região.

“Hoje 75% dos estabelecimentos operam no prejuízo, sem renda para pagamento de salários e contas e 76% já reduziram suas equipes nos primeiros três meses”, completa.

Uma pesquisa feita pela entidade neste mês com os associados da região revela que 97% dos bares e restaurantes estão com problemas para pagar integralmente os salários de abril e que mais dias fechados vai levar a uma situação ainda mais grave nos próximos dias.

Em relação aos restaurantes, a restrição de capacidade de atendimento em 25% e restrição de horas diárias, com limite de atendimento até às 19h, responde por apenas 20% do faturamento normal pré-pandemia, insuficiente para pagamento das contas. O horário noturno representa 54% do movimento no setor de alimentação fora do lar, com pico de vendas após às 20h. Já para os bares, que são 30% do setor e abrem apenas depois das 17h, a situação é ainda mais dramática.

Acic aposta em vendas para o dia das mães
Com o avanço da Fase Vermelha para a Fase de Transição do Plano São Paulo, a previsão do Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) é de que as vendas para o Dia das Mães, a ser comemorado no dia 8, segundo domingo de maio, será de R$ 211,5 milhões, cerca de 14% a mais do que o faturamento de R$ 185,5 milhões registrados em 2020. Em 2020, sob forte efeito das restrições provocadas pela pandemia da Covid-19, o faturamento referente às vendas do Dia das Mães apresentou uma perda de 54,2% em relação ao mesmo período de 2019.

Mesmo com aumento das vendas, o comércio está longe de recuperar o prejuízo causado no período.

Para o diretor da Acic, economista Laerte Martins, a fase de transição representará um percentual de 5,5% a mais sobre o faturamento estimado em R$ 200,5 milhões, caso a maior parte das lojas físicas permanecesse fechada na Fase Vermelha nas próximas semanas.

A previsão é de que as vendas digitais deverão representar R$ 197,4 milhões, o equivalente a 25,5% a mais na comparação com 2020, quando o e-commerce foi responsável pelo faturamento de R$ 157,3 milhões.

“Com o poder de compra muito achatado, o valor médio do presente deve ser de R$ 240,00, uma expansão de 4,35% sobre o valor de R$ 230,00, de 2020. Os segmentos mais procurados nas vendas físicas devem ser os de perfumaria, vestuário, calçado e floriculturas. Nas vendas digitais a maior procura deve estar concentrada nos eletroeletrônicos, celulares e notebook, principalmente”, afirma Martins.

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