Covid-19
Alta na taxa de transmissão e nas internações preocupa autoridades em Campinas
Município investiga se este cenário está relacionado à transmissão de nova variante da Covid-19
Por Milton Paes
18 de fevereiro de 2021, às 10h57 • Última atualização em 18 de fevereiro de 2021, às 17h45
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/campinas/alta-na-taxa-de-transmissao-e-nas-internacoes-preocupa-autoridades-em-campinas-1441120/
O aumento da taxa de transmissão do novo coronavírus (Covid-19) e o crescimento do número de internações em Campinas preocupam as autoridades de saúde da cidade. A taxa de transmissão do coronavírus está em 1,2, ou seja, cada 100 infectados transmite o vírus para 120 pessoas.
A Secretaria de Saúde de Campinas investiga se esse crescimento ocorre em função de transmissão local da variante amazonense do novo coronavírus, a P1, que é considerada mais infecciosa.
O Instituto Adolfo Lutz fará o sequenciamento genético do coronavírus em pacientes graves, em menores de 40 anos e em casos de reinfecção em Campinas.
A diretora da Vigilância em Saúde, Andrea Von Zuben, disse que por enquanto, trata-se de suspeita de que a variante possa ser responsável pelo avanço da doença.
Outra hipótese é que o aumento da transmissão possa ser decorrente das aglomerações que vêm sendo registradas em Campinas, em festas clandestinas.
Na segunda-feira (15), a Secretaria de Saúde confirmou um caso da variante amazonense na cidade, em uma idosa que chegou a Campinas em 14 de janeiro, num voo direto de Manaus.
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Ela desembarcou com sintomas de Covid-19 e foi internada em um hospital particular, onde permaneceu até 25 de janeiro.
Segundo Andrea Von Zuben, até terminar o período de contágio, a mulher não circulou pela cidade.
“Nós monitoramos os passageiros que estavam próximos dela no avião e também suas duas filhas, que ficaram em isolamento em um hotel”, disse.
Andrea avalia, no entanto, que outra pessoa infectada pela variante amazonense possa ter chegado à cidade, sem que a área da saúde tivesse sido informada. “O sequenciamento genético vai nos ajudar a entender o motivo do avanço de casos”, afirmou.
Aumento de leitos
Diante ao aumento do número de casos de internação na cidade, o prefeito Dário Saadi disse nesta quarta feira (17) que encaminharia ao governo do Estado a solicitação do aumento de leitos de UTI Covid no SUS estadual em Campinas. Segundo o prefeito, no período do pico anterior da doença, o Estado chegou a ter 93 leitos de UTI Covid. Atualmente, são apenas 17 leitos.
Segundo dados divulgados nesta quarta, pela prefeitura, a cidade chegou a quase 90% da ocupação nos leitos públicos de UTI e a 76% na rede privada.
Ainda nesta quarta, o presidente da rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni afirmou que a rede está fazendo uma alteração no Hospital Municipal Mário Gatti para ampliar o número de leitos Covid de enfermaria.
“A partir da próxima segunda feira (22), a UTI será mudada de local mantendo os 10 leitos que existem no Mário Gatti. Na área de UTI nós vamos ampliar mais 14 leitos de enfermaria para Covid. No pronto-socorro, que tem uma sala para pacientes não Covid, será transformada em sete leitos Covid.”, explicou.
O secretário de saúde de Campinas, Lair Zambon, também informou, nesta quarta feira, nas redes sociais da Prefeitura de Campinas, que nos próximos 18 dias o Pronto-Socorro Metropolitano Anchieta terá mais 24 leitos de enfermaria Covid.
Zambon destacou que Campinas, por ser referência em atendimento SUS na Região Metropolitana de Campinas (RMC), atende 23% de moradores de outras cidades internados por Covid na metrópole.
Nesta quarta, a cidade registrou mais 446 casos da doença, totalizando 66.446 desde o início da pandemia. Também foram registrados 12 óbitos, somando 1.786 mortes por coronavírus.
Vacinação
Com relação às vacinas, a diretora da Vigilância garantiu que a aplicação das vacinas segue atendendo os grupos prioritários previstos no plano de imunização de Campinas, no entanto, se na próxima semana não chegarem mais doses da vacina, o município não poderá abrir para cadastramento os idosos de 80 a 84 anos.
Segundo ela, foi feito um mapeamento dos idosos de 84 anos a 89 anos que estão sendo vacinados na atual fase e a vacina está garantida para este público.