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COVID-19

Vítima do coronavírus, fundador da FAM deixou legado na educação

Empresário Florindo Corral morreu neste sábado, em São Paulo, aos 70 anos; óbito é o segundo de morador de Americana pela doença

Por Isabella Holouka/João Colosalle

05 de abril de 2020, às 08h07 • Última atualização em 06 de abril de 2020, às 08h53

Morreu na madrugada deste sábado o fundador da FAM (Faculdade de Americana), Florindo Corral, aos 70 anos. O empresário foi diagnosticado com o novo coronavírus (Covid-19) e é considerado o segundo óbito da cidade pela doença.

Ele deixa um importante legado em prol da educação em Americana. Para Marcelo Corral, o objetivo do irmão de “proporcionar uma educação de alto nível” foi concretizado.

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Florindo estava internado em um hospital particular de São Paulo há duas semanas, onde testou positivo para a doença. Os sintomas tiveram início no dia 12 de março, segundo informações da prefeitura.

Foto: Arquivo/O Liberal
O empresário Florindo Corral, que veio a Americana em 1989

Na semana passada, questionada pelo LIBERAL, a prefeitura chegou a informar que o primeiro exame do empresário havia dado negativo para o novo coronavírus e que aguardava uma contraprova. Depois, o caso foi confirmado pela Vigilância Epidemiológica.

Pelo histórico de saúde, Florindo integrava o grupo de risco para o novo coronavírus: era cardiopata, hipertenso, diabético e ex-fumante.Segundo nota divulgada pela FAM, ele morreu por insuficiência respiratória devido a complicações por conta do coronavírus.

Em entrevista ao LIBERAL no dia 23 de março, o genro de Florindo e diretor administrativo da FAM, Gustavo Azzolini, que também teve diagnóstico positivo para coronavírus, mas se curou, contou que o sogro se sentiu mal após uma viagem feita ao Uruguai.

Saiba tudo sobre o coronavírus, o que ele provoca e como se prevenir

HISTÓRICO

Nascido em 7 de novembro de 1949, em Neves Paulista, município na região de São José do Rio Preto, Florindo Corral se formou em direito e pedagogia.

A vinda para Americana foi em 1989, já com a ideia de empreender na área educacional. Em 1995, criou o Colégio Bandeirantes – atualmente, Instituto Educacional Americana – com aulas de ensino infantil, fundamental, médio e cursos profissionalizantes.

“No início foi muito difícil. Nós estávamos começando, havíamos chegado há pouco tempo de São Paulo, mas aos poucos fomos construindo, ganhando a credibilidade do pessoal de Americana, com muito trabalho e dedicação”, contou o irmão Marcelo Corral, neste sábado.

Foto: Arquivo/O Liberal
Empresário nasceu em Neves Paulista, cidade na região de São José do Rio Preto

Em agosto de 1999, Florindo fundou a FAM, faculdade que se tornou referência na região, inaugurada com apenas três cursos: administração, pedagogia e turismo.

“Eu vi a educação como um ramo de atividade para melhorar a qualidade do ser humano que iria passar pelas nossas mãos como aluno”, disse Florindo, em entrevista publicada em uma revista comemorativa dos 15 anos da faculdade.

LEGADO

“Era um homem íntegro, idealizador, e que conseguiu mostrar ao povo de Americana que, com todo o empenho, se consegue fazer uma boa educação, de qualidade e responsabilidade social”, contou Eloísa Costa, diretora acadêmica da FAM nos primeiros 12 anos da instituição.

Florindo Corral recebeu o título de cidadão americanense na Câmara de Americana, proposto pelo vereador Odair Dias (PV), em maio de 2011. Ambos trabalharam juntos em dois períodos distintos, no Colégio Bandeirantes e na FAM.

“Ele sempre foi um grande mentor para mim e conselheiro no dia a dia. Uma pessoa sempre pautada em fazer coisas boas, e muito otimista. Um visionário, exemplo de bondade e perseverança. Eu o vi ajudar muita gente”, contou Odair, atualmente secretário municipal.

Foto: Divulgação
Em 1999, o empresário fundou a FAM, Faculdade de Americana, que se consolidaria na região

Uma destas pessoas é Danilo Glasser, medalhista mundial e pan-americano de natação. “Ele abriu os meus olhos para o que eu seria no momento pós-atleta. Me convenceu a fazer o curso de educação física, e eu me formei graças ao incentivo dele e da família dele”, relatou à reportagem. “Tudo o que ele fez por mim foi uma agulha no palheiro, era uma pessoa tão boa que passou isso para as filhas”.

Com os amigos, o ex-vereador e empresário Oswaldo Nogueira destacou a grande receptividade de Florindo, que fazia questão de que todas as datas comemorativas fossem comemoradas.

“Ele era muito receptivo, abria a casa dele para eventos, reunia todos os amigos, era uma pessoa alegre e feliz”, relata.

O velório e sepultamento, na tarde deste sábado, foram restritos à família, uma recomendação geral das autoridades em meio à pandemia do novo vírus. Florindo era casado e deixa duas filhas e três netos.

O prefeito Omar Najar decretou luto oficial de três dias no município. Por meio de notas, a diretora acadêmica da FAM, Célia Jussani, lamentou o falecimento do fundador. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana) também manifestaram solidariedade.

Além da Capa, o podcast do LIBERAL

A demanda por informação de fontes confiáveis durante a pandemia do novo coronavírus mostra reflexo nos números de audiência de veículos profissionais, como é o caso do próprio LIBERAL. Além disso, demanda um esforço contínuo de quem atua nesse segmento no poder público, caso do secretário de Comunicação do Estado de São Paulo, Cléber Mata, que reside em Americana. Esse é o tema da edição deste domingo do Além da Capa, o podcast do LIBERAL.

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