Covid-19
Vendas caem até 96% no comércio de Americana
Lojas e ruas totalmente vazias e vendedores de braços cruzados eram retrato no calçadão de Americana nesta quarta-feira
Por George Aravanis
19 de março de 2020, às 08h44 • Última atualização em 19 de março de 2020, às 13h34
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/vendas-caem-ate-96-no-comercio-de-americana-1167425/
Lojas e ruas vazias e vendedores de braços cruzados eram o retrato do comércio na região central de Americana na tarde desta quarta-feira. A pandemia do coronavírus (Covid-19) afastou clientes e os lojistas relataram ao LIBERAL uma queda de até 96% no faturamento em comparação com um dia de semana normal.
“Teve umas três vendas. Hoje está sendo o pior dia”, contou Antonia Silva, gerente de uma loja de roupas no calçadão, que apontou a redução de 96%.
Na loja ao lado, o funcionário Rubens de Oliveira contou que, até as 15h30, cerca de R$ 200 haviam entrado no caixa. A média de um dia normal seria de R$ 1,5 mil.
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Marcio Umberto, gerente de uma loja de calçados e acessórios também no calçadão, estima que as vendas caíram de 50% a 60%. A empresa já avalia adiantar as férias de parte dos 36 funcionários, segundo o gerente.
Em outra loja de roupas, a vendedora Júlia Stephani Miranda diz que, se o comércio vendeu R$ 100 até o meio da tarde, foi muito. Em um dia normal, o faturamento gira em torno de R$ 1 mil. “Não sei porque está aberta ainda.”
Presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbruster diz que, no geral, a queda nas vendas do comércio ficou em torno de 50% a 70%. Ele disse que a partir de hoje lojas já devem alterar seu horário de funcionamento. O presidente da entidade diz que, por enquanto, não há notícia de nenhum comércio que tenha fechado.
Uma das poucas clientes que circularam pelo calçadão na tarde de ontem foi Maria José Costa Martins Fonseca, de 61 anos, integrante do grupo mais vulnerável ao coronavírus.
Além de ter mais de 60 anos, Maria sofre de asma crônica, diabetes e hipertensão. Usava uma máscara para se proteger. “Não era nem para eu ter saído”, admite a aposentada, que disse que a família não sabia de sua “aventura” pelo calçadão com o objetivo de trocar uma caixa de som – o prazo já tinha vencido, mas a loja permitiu a substituição do produto. “Eu vim escondida”, continuou Maria, que definiu a própria escapada como “loucura de velho”.
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