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Comportamento

Veja onde buscar ajuda psicológica para enfrentar o impacto emocional da pandemia

Região possui serviços gratuitos de auxílio e acolhimento psicológico em meio ao isolamento e às restrições

Por Heitor Carvalho

03 de abril de 2021, às 08h47 • Última atualização em 03 de abril de 2021, às 13h38

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tem causado um grande impacto psicológico e emocional em pessoas ao redor de todo o mundo. Para aqueles que querem buscar ajuda, existem serviços de auxílio psicológico gratuitos que podem ser usados pela população de Americana e região.

A psicóloga Aline Romano Cordeiro da Silva, 30 anos, mantém um consultório em Campinas e percebeu um maior movimento no local. Ela considera importante a divulgação dos programas de acolhimento psicólogo.

Em Americana, Caps do Jardim Dona Rosa promove atendimento psicossocial na rede pública – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

“Antes da pandemia, vivíamos em um mundo dinâmico, era mais fácil deixarmos as questões mal resolvidas para depois e tínhamos outras alternativas para tirarmos o foco daquilo que não estava bom”, explica.

“Fomos obrigados a encarar nossas sombras, medos e tudo aquilo que íamos ‘arquivando’ no dia a dia, como satisfação com parceiros, dilemas familiares, angústias com trabalho, etc”, afirmou.

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É possível conseguir atendimento psicológico pelo SUS (Sistema Único de Saúde), por meio dos CAPSs (Centros de Atenção Psicossocial), que oferecem uma equipe multidisciplinar que acolhe e atende pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

A FAM (Faculdades de Americana) conta com o SIA (Serviço Integrado de Atenção) desde 2006. Além de terapia, o local também oferece atendimento na área de nutrição.

O SIA fica localizado no campus da FAM, no Jardim Luciene, e os agendamentos são feitos através dos telefones 3468-1093 e 3465-8100 (ramal 242). O serviço é gratuito e para pessoas de todas as idades.

O atendimento é das 9h às 19h, de segunda a quinta, e das 9h às 18h, às sextas-feiras. “Estamos funcionando com atendimento presencial normalmente, mas com protocolos de biosseguranças”, afirmou Aracele Tomiato, coordenadora do projeto.

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O UNISAL também conta com um programa de acolhimento psicológico, mas no campus Liceu Salesiano, no Jardim Guanabara, em Campinas. O SPA (Serviço de Psicologia Aplicada) é gratuito e agendamentos são feitos pelo e-mail spa@ls.unisal.br. Os casos inscritos serão cadastrados em lista de espera.

O CVV (Centro de Valorização da Vida) é outro serviço gratuito que também fornece apoio emocional e prevenção do suicídio. O CVV funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. O atendimento é feito por meio do telefone 188.

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A psicóloga Jady Cristina Ferreira, 25 anos, que atua em um consultório no Jardim Bela Vista, em Americana, também relatou que seus pacientes têm apresentado mais sentimentos negativos do que no período anterior à pandemia.

“Estamos exaustos, o medo parece mais constante e todos os sentimentos mais aflorados. A pandemia está sendo um grande desafio. Acredito que uma das frases que mais escuto em sessão é: ‘me sinto cansada, sem energia'”, contou.

Além da prática clínica, Jady trabalha com projetos voluntários e de apoio em psicologia, como o serviço de plantão psicológico online chamado “Conexão Ativa”, para dar apoio emocional a profissionais da linha frente n saúde.

Há três anos ela também vinha trabalhando com plantão psicológico, junto ao projeto Napse (Núcleo de Atendimento Psicológico em Situações Extremas), mas que acontecia às terças-feiras na Rodoviária de Americana e possibilitava atendimento pontual e de emergência para situações de crise psicológica.

“Atualmente não estamos mais ativos. O projeto foi suspenso por conta das restrições impostas pela pandemia e, depois, por dificuldades particulares que fizeram com que o grupo rompesse. Mas continuo minha jornada nos extremos, atendendo ideação suicida”, afirmou.

“Com base nas minhas experiências em atendimento a crises, o número de procura para apoio psicológico tem aumentado muito e tende a aumentar ainda mais, já que são tempos difíceis. Ao invés de só consumir as notícias e alimentar seu ciclo de dor, busque outras atividades que te acalme”, aconselha.

Números
No início da pandemia no Brasil, uma pesquisa online feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) mostrou que 40,4% dos entrevistados disseram ter sentimentos de tristeza ou depressão, enquanto 52,6% afirmaram experimentar nervosismo ou ansiedade com frequência.

Adultos jovens, mulheres e pessoas com histórico de depressão foram os mais afetados. O estudo foi feito entre 24 de abril e 24 de maio do ano passado e alcançou mais de 45 mil brasileiros de todos os estados.

No ano passado, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, houve 576,6 mil concessões de auxílio-doença e aposentadorias por invalidez devido a transtornos mentais e comportamentais, número 26% maior que o registrado em 2019 e os mais altos da série histórica, iniciada em 2006.

Segundo o órgão, no auxílio-doença, os afastamentos por transtornos mentais, como depressão e ansiedade, aumentaram de 33,7%, enquanto o número de aposentadorias por invalidez concedidas em decorrência de problemas mentais subiu 20,4%.

Acolhimento na rede pública: Veja informações sobre os Caps nas cidades da região

Americana
Rua Estevão Carlos Vicentini, 115, Jardim Dona Rosa
Telefones: 3461-3363, 3408-1133 e 3462-4977.

Santa Bárbara
Rua Floriano Peixoto, 15, no Centro.
Telefone: 3454-0138.

Nova Odessa
Rua Bento Toledo Rodovalho, 149, Vila Azenha
Telefone: 3476-6051

Sumaré
Rua Pedro Zacarchenco, 251, Planalto do Sol
Telefone: 3873-1744

Hortolândia
Rua João Cancian, 161, no Parque Ortolândia
Telefones: 3819-6852 e 3865-4890.

O funcionamento de todas as unidades do CAPS consultadas pelo LIBERAL na região é das 7h às 16h. É recomendado que o paciente procure a UBS (Unidade de Saúde Básica) mais próxima para depois ser encaminhado até um dos centros de atenção psicossocial disponíveis.

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