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Covid-19

Variantes e falta de ações prolongam 3º pico da pandemia em Americana

Os quatro hospitais do município com leitos para o novo coronavírus registravam 205 pacientes internados nesta sexta

Por Marina Zanaki

19 de junho de 2021, às 08h36

O terceiro pico de internações em Americana está mais longo e com um volume maior de internados que o segundo, registrado entre o final de maio e começo de abril. A agressividade das variantes em circulação e a falta de medidas restritivas podem explicar o cenário.

No segundo pico, antes que as internações começassem a cair, durante quatro dias foram registrados mais de 180 pacientes nos quatro hospitais da cidade com leitos Covid-19. Desta vez, as internações estão há nove dias acima disso, superando inclusive os 200 hospitalizados, e ainda não há sinais de redução da situação.

Foi registrado um recuo nesta sexta no total de internados, passando de 218 para 205. Contudo, a infectologista Ártemis Kílaris, que atua na linha de frente da pandemia, confirmou que ainda não há uma melhora no cenário da pandemia.

“Agora não está caindo mesmo. Dei plantão na última semana de maio e foi um horror. Agora estou de novo essa semana, achei que ia estar mais tranquilo, mas se mantém com um número elevado de internações”, disse a médica.

Quando Americana enfrentou a segunda onda da pandemia, já vigorava no Estado de São Paulo a fase emergencial, a mais restritiva até então adotada.

As restrições passaram a valer 15 dias antes da cidade alcançar o pico. Os especialistas calculam que as medidas levam cerca de duas semanas para começar a fazer efeito, e justamente após esse período a cidade começou a sair do pico.

“Está passando da hora de tomar algumas medidas mais restritivas. Podemos pegar até o exemplo de cidades da região de Ribeirão Preto, que estão fechando comércio, bares, restaurantes a partir das 20h, 18h. Se restringisse no período noturno já ajudaria bastante, para não ser tão radical e prejudicar tanto a economia, mas para não ter aglomerações a noite. A gente vê nos finais de semana os bares lotados, e isso com certeza contribui para a disseminação do vírus”, disse a médica nesta sexta-feira.

A falta de restrições associada às variantes em circulação está contribuindo com o prolongamento e a gravidade do pico. “Aí a onda nunca abaixa, está sempre lá, se espalhando muito rapidamente com as cepas mais contagiosas e os casos não param de internar”, afirmou a infectologista.

A médica alertou que a doença está mais agressiva. “Os pacientes estão internando já com acometimento importante dos pulmões, 60%, 70%. Com uma semana de sintomas as pessoas já estão vindo para o hospital com insuficiência respiratória, mesmo os que já foram medicados, porque está tendo uma agressividade maior da doença. Acredito ser por conta das variantes circulando entre a gente”, avaliou Ártemis.

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