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Americana

Vagas em creches particulares custam R$ 274 mil por mês para prefeitura

Alternativa para zerar fila por creches em Americana, medida mantém ensino infantil para 638 crianças, segundo administração

Por Ana Carolina Leal

02 de maio de 2021, às 08h13

A Prefeitura de Americana desembolsa, por mês, R$ 274,8 mil para manter 638 alunos da educação infantil matriculados em escolas da rede privada.
A compra de vagas em unidades particulares é a principal alternativa da gestão Chico Sardelli (PV) para dar conta da demanda por creches.

“As duas coisas não são conflitantes, e o município não deixa de investir em novas creches em nome da compra de vagas. Ambas são questões que devem andar juntas para a solução de demandas, sempre dentro da disponibilidade financeira do município”, explica o secretário de Educação de Americana, Vinicius Ghizini.

Crianças têm aula na creche Passo a Passo, no Cidade Jardim II, que ensina 71 alunos conveniados – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

Na RPT (Região do Polo Têxtil), a cidade de Sumaré é a que mais gasta na compra de vagas para atender a fila de creche. O município tem 73 escolas conveniadas por meio do Proeb (Programa de Educação Básica), que atende crianças de 0 a 4 anos. São atendidas 5.928 crianças com um investimento anual de R$ 26,6 milhões.

Em Americana, atualmente, a administração municipal mantém parceria com 12 unidades particulares. O convênio é realizado por meio do programa Creche para Todos. Cada aluno custa, por mês, R$ 430.

O Colégio Sapequinha, no Jardim São Paulo, é uma dessas unidades. A escola tem 94 crianças matriculadas, sendo que 22 delas são custeadas pela prefeitura.

“Minha média de estudantes é sempre esta. Não tenho interesse em ofertar mais vagas”, afirma a diretora Sidineia Zanotti Sousa.

Proprietária do Centro Educacional Passo a Passo, no Cidade Jardim II, Amanda Furtado diz que o colégio tem 71 crianças conveniadas.

“Todas [as vagas] estão preenchidas e a gente está fazendo os atendimentos normais, com número reduzido”. Ela diz que não há a possibilidade de oferecer mais vagas porque a escola não comporta. Ao todo, a instituição tem 81 alunos de 0 a 5 anos de idade.

A autônoma Letícia Maciel conseguiu vaga para os dois filhos em uma escola conveniada.

“Consegui a vaga depois de fazer inscrição no prazo aberto pela prefeitura. A vaga foi para uma escola que fica próxima da minha casa e do meu trabalho. O atendimento é excelente, não há diferenciação em relação aos alunos pagantes. Meu filho evoluiu muito no aprendizado e conseguiu se desenvolver de uma forma que talvez eu não conseguisse ajudá-lo em casa”, disse ao LIBERAL.

Com o filho já matriculado, Letícia fez outra inscrição para tentar uma vaga para filha. A menina, de 1 ano, foi convocada no início do ano, mas por conta da pandemia, a família abriu mão e decidiu manter a criança sob os cuidados da avó materna.

“Acredito que é uma ótima oportunidade aberta pelo poder público para atender a todos, já que as creches municipais não têm vagas para todos. Pagar mensalidade integral também pesaria muito no orçamento e não era uma opção para nós. Minha sugestão é apenas para que seja feita uma mudança: que os pais possam voltar a escolher a unidade que atende melhor às necessidades”, opinou Letícia.

Pensando na demanda que vai surgir com a abertura das inscrições para a rede municipal a partir desta segunda-feira, a prefeitura já abriu edital de chamamento público com o objetivo de firmar novas parcerias com unidades de ensino infantil da rede privada.

Além das vagas ofertadas por meio dos convênios com as escolas particulares, a prefeitura tem 2.240 crianças matriculadas na rede municipal e outras 1.100 assistidas por dez entidades assistenciais, também custeadas pelo Poder Executivo.

Uma delas é a creche São Domingos. De acordo com o presidente da instituição, Paulo Zanini, são atendidas 330 crianças de 10 meses a 5 anos e 11 meses de idade.

“Na última sexta-feira fez dois meses que nós voltamos com as aulas presenciais, com no máximo 35% da capacidade”.

A creche São Domingos é a maior entidade filantrópica do município seguida pela Fundação Letícia Duarte com 195 crianças.

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