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Americana

Vacina de Oxford sofre ‘rejeição’: indicação é por dose disponível

Das 15,3 mil doses aplicadas em Americana, não houve nenhum registro de reação grave ao imunizante

Por Marina Zanaki

04 de maio de 2021, às 08h14 • Última atualização em 04 de maio de 2021, às 08h17

Na primeira quinzena de abril, os EUA imunizaram, em média, 3,38 milhões de pessoas por dia - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

A vacina Oxford-AstraZeneca, que protege contra o novo coronavírus (Covid-19), tem sofrido “rejeição” de parte da população. A Vigilância Epidemiológica de Americana recomendou a imunização com a dose disponível, já que é a única forma de controlar a pandemia.

O motivo é que o imunizante está associado a alguns quadros raros de efeitos colaterais como trombose, relatados no Reino Unido e Estados Unidos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediu à farmacêutica AstraZeneca a inclusão de uma advertência sobre possíveis casos muito raros de formação de coágulos que podem estar associados ao uso do imunizante.

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Contudo, a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) garante que os benefícios da vacinação superam em muito os riscos de efeitos adversos raros.

No geral, a vacina de Oxford apresenta alta taxa de reações leves, cerca de 70% em ensaios clínicos. A Fundação Oswaldo Cruz, produtora da Oxford no Brasil, aponta como efeitos colaterais dor de cabeça, enjoo, fadiga, calafrios ou sensação febril e dor muscular.

A Vigilância Epidemiológica de Americana registrou apenas reações leves na população. Não houve nenhum caso que impediu a segunda dose e nenhuma hospitalização. No total, Americana recebeu 16.660 doses da AstraZeneca, das quais 15.300 já foram aplicadas.

Coordenadora da Vigilância Epidemiológica, a enfermeira Carla Brito contou que houve casos de pacientes que optaram por atrasar a imunização para tentar conseguir uma dose da CoronaVac.

“Paciente chega e fala, não quero tomar AstraZeneca, quero tomar do Butantan. Mas não é um cardápio”, disse a profissional nesta segunda.

Carla revelou que há médicos “prescrevendo” aplicação da CoronaVac, justificando que o paciente possui alguma comorbidade. A enfermeira lembrou que isso não possui respaldo científico, já que não há nenhuma contraindicação da Oxford para doenças pré-existentes.

“Alguns médicos estão plantando essa semente na cabeça do paciente, mas não tem nada na bula, não tem embasamento. A gente nega e é agredido, ofendido. Tem sido uma grande dificuldade”, lamentou.

O CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), do Estado, enviou às vigilâncias locais um ofício orientando a não atender esse tipo de prescrição.

O LIBERAL pediu à Secretaria de Estado da Saúde acesso ao ofício, que também foi mencionado em reportagem da Folha de S. Paulo. A pasta disse que não conseguiu localizar. O pedido de uma entrevista com porta-voz para orientar a população quanto ao Programa Estadual de Imunização também não foi atendido.

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