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igualdade

‘Um feriado de luta e reflexão’: Dia da Consciência Negra ganha novo contexto em Americana

Presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Roberto dos Santos falou sobre a importância de 20 de novembro

Por Lucas Ardito*

20 de novembro de 2023, às 07h56

“Para nós, a data e o mês não são de comemoração, mas sim um feriado de luta e reflexão”. Assim é definido 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, pelo presidente do Compir (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial) de Americana, Roberto Mendes dos Santos.

Ele conversou com o LIBERAL sobre a importância do reconhecimento da data para o movimento negro.

Roberto dos Santos, presidente do Compir, falou sobre a importância do reconhecimento do feriado em Americana – Foto: Claudeci Junior/Liberal

Historicamente, o município não aderia à data, que era facultativa até setembro deste ano.

Na ocasião, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou uma lei que tornou o dia feriado em todo o Estado.

Na RPT (Região do Polo Têxtil), Americana era a única cidade que não adotava o dia como feriado.

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O Compir entrou em ação em julho deste ano, com o objetivo de auxiliar na organização de políticas públicas voltadas aos direitos humanos e que combatam qualquer forma de discriminação e preconceito.

Quanto ao mês, Roberto o define como “novembro negro”, ampliando o significado da Consciência Negra. 

“É importante, primeiro porque faz parte da luta por igualdade, pelo fim do racismo e pelo fim da desumanização do povo negro. Americana acabou sendo a única cidade da região que não tinha feriado. Hoje, o pessoal tem que reconhecer o feriado, então é importante a questão da visibilidade”, disse. 

Roberto afirma que o Compir busca chamar a atenção sobre a desigualdade social abordando a contextualização histórica.

Após a assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão em 1888, a população escrava foi liberta para viver em sociedade, mas não recebeu a assistência necessária. 

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“Uma das coisas que a gente procura chamar a atenção do 20 de novembro é referente à questão da desigualdade, que é uma coisa secular que atinge a população negra. No pós-abolição, a população negra escravizada simplesmente foi liberta. Não houve nenhum tipo de ação de política pública para essa população na área de educação e saúde”, explicou.

Já para a vice-presidente do Compir e que também é representante da Unegro (União de Negras e Negros Pela Igualdade) de Americana e Santa Bárbara d’Oeste, Cláudia Monteiro, é necessário ensinar os mais jovens a valorizar a cultura africana.

“Nós precisamos ter essa dimensão de valorizar a história do povo para que saia da invisibilidade. As nossas crianças e jovens precisam pensar o continente africano como um espaço de riqueza cultural. Sendo assim, ter o feriado de 20 de novembro tem uma significância das mais importantes.” 

Mostra Cultural

Nesta segunda-feira acontece a 9ª edição da Mostra Cultural Afro-brasileira de Americana, no Teatro Municipal Lulu Benencase.

Com entrada gratuita, o evento será das 16 às 20 horas e trará apresentações artísticas voltadas à cultura e diversidade.

A abertura será feita por Benedito Samuel Barbosa, o Seu Dito Preto. Ele será um dos homenageados pela câmara neste ano, com a medalha de honra ao mérito “Zumbi dos Palmares.”

Haverá, ainda, dez grupos e coletivos apresentando suas performances. A programação conta com capoeira, dança e música.

*Estagiário sob supervisão de Diego Juliani.

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