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Um exemplo de amor pela vida animal em Americana

Veterinária dedica tempo e trabalho para cuidar de animais sem tutores e depois ajuda a encaminhar para adoção responsável

Por Jucimara Lima

23 de maio de 2022, às 06h23

Formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, uma das melhores faculdades do País, a médica veterinária Sibila Weidman, de 35 anos, é proprietária de uma das clínicas mais concorridas de Americana, porém, ainda assim encontra tempo para oferecer tratamento gratuito para cães e gatos abandonados.

Conhecida por seu pioneirismo e referência em dermatologia animal, a Clínica Dermatopet tem apenas três anos, porém, a veterinária já perdeu as contas sobre quantos animais com esse perfil passaram por suas mãos cuidadoras.

Doação. O caso mais recente foi o de Max, um mestiço bull terrier de aproximadamente cinco anos que teve a vida salva após ela ver o caso dele nas redes sociais. “Quando vi a história do Max, pensei: eu preciso cuidar desse cachorro, se não nunca mais vou conseguir dormir”, recorda.

Sibila com o cão Max, que depois de um momento difícil está pronto para adoção – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Assim, Max foi cuidado, se livrou da erlichiose (doença causada pelo carrapato), ganhou tratamento, amor, respeito, uma nova oportunidade de viver e, até o fechamento dessa reportagem, só estava lhe faltando um lar – ainda se encontrava disponível para adoção.

“Ele é uma animal extremamente dócil, educado, sabe andar na guia. Apesar de a gente não ter histórico, nem saber se ele tinha uma família, é provável que tenha sofrido maus-tratos, porque quando chegou aqui eu dei uma bolinha para ele brincar e quando ergui a mão para jogar, ele se encolheu e abaixou os olhinhos, achando que eu iria bater nele. Isso foi de cortar o coração”, relembra.

Além dele, outra história de vida transformada por seu amor e talento profissional é a do gato Tom. Quem olha para ele hoje, todo fofo e saudável, não faz ideia do que esse gatinho adulto passou.

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O animal sofreu um acidente tão grave que acabou ficando paraplégico. Em contrapartida, foi adotado pela própria médica que além dele, mantém na clínica outros dois felinos: a Coca e a Serena (os oficiais) e mais dois que, segundo ela, costumam aparecer vez ou outra por lá. “A gente vê eles nas câmeras, mas eles são de rua e só vêm para comer mesmo”.

Adoção e Proteção. Basicamente, Sibila atende solicitações vindas de voluntários que fazem trabalhos no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Americana, assim como os encaminhamentos solicitados pela ONG (Organização Não Governamental) Animais Têm Voz. Ainda assim, nada impede que ela acabe ajudando outras emergências que chegam, como a história de uma gatinha que foi parar em sua clínica e acaba de ser adotada.

Sibila conta que os animais que chegam até ela nessas situações só são liberados após estarem curados. Curiosamente, todos os que foram atendidos até hoje saíram de lá adotados.

“A realidade de animais vivendo em abrigo é muito triste. Alguns vivem e morrem dentro de uma baia. Então, eu digo, esses eu não vou devolver para a baia. Eles ficam até a gente conseguir um adotante, algo que vai acontecer com o Max, se Deus quiser”, diz.

E se engana quem pensa que eles são adotados de qualquer jeito. Muito pelo contrário. Há todo um processo até que Sibila considere que aquela família ou pessoa, está preparada para receber o animal.

“Não é só pegar e levar para casa porque achou bonito. É preciso saber que animal tem custo, vai envelhecer e muitas vezes precisar de cuidados especiais. A síndrome de rejeição é algo muito ruim para eles, depois é custoso o processo de reabilitação até colocar esse animal para adoção novamente, então, daqui só sai quando os adotantes tiverem plena consciência de que estão lidando com vidas, não com mercadorias. Além disso, tem que haver uma conexão. Se a energia não bater, como em qualquer outra relação, não adianta”, afirma.

Solidariedade. Basicamente, são duas as motivações de Sibila para manter essa doação voluntária de trabalho e ela separa muito bem.

“Primeiro eu acho que se Deus me abençoa muito eu tenho que abençoar alguém de alguma maneira. A minha missão na Terra é com os animais. Tem gente que fala: ‘mas por que você faz pra bicho e não faz pra gente?’ Acredito que cada uma tem a sua missão, a minha é com eles. Acho que isso é uma forma de retribuir tudo o que Deus me dá”, diz ela.

“A segunda coisa é o que uma vez eu ouvi de um policial e nunca mais esqueci. ‘A gente enxuga gelo para que as pessoas de bem não morram afogadas’. Se você for ver, eu consigo ajudar um animal entre 100, porém, eu vou mudar a vida desse animal”.

E nesse cenário, ela aconselha. “Não pode adotar? Tente fazer algo. Dê uma ração, doe uma vacina, coloque água limpa. Algo muito simples de se fazer, por exemplo, é andar com água fresca e saquinhos de ração. Pode ter certeza que só isso já vai salvar o dia daquele animal e dependendo a situação até a vida. Outra coisa: está com tempo livre? Vá a algum abrigo, uma ONG e até no CCZ para fazer carinho em um animal. Você vai mudar a vida dele e tenho certeza que a sua também”.

Quem quiser saber mais sobre o Max, os contatos são: (19) 99365-7565 ou (19) 3645-3787.

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