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Americana

Transplantado entra com ação judicial para ter acesso a medicamento

Remédio é necessário para manter saudável um rim que foi transplantado de sua irmã há cerca de três anos

Por Heitor Carvalho

14 de setembro de 2020, às 18h48 • Última atualização em 14 de setembro de 2020, às 20h46

O vendedor Wilkens Juliano Correia de Araújo, 38 anos, que não tem conseguido o medicamento Everolimo na rede pública municipal, entrou com uma ação judicial contra o poder público na 3.ª Vara Cível de Americana. Ele ainda não conseguiu o medicamento.

Wilkens decidiu recorrer à Justiça para conseguir medicamento – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O remédio é necessário para manter saudável um rim que foi transplantado de sua irmã há cerca de três anos. Araújo mora no Jardim das Orquídeas, em Americana, e sofre de doença renal crônica. Se não conseguir o medicamento, ele terá que voltar a fazer seções de hemodiálise.

Cada caixa do Everolimo de 0,75 mg, que é utilizado na prevenção de rejeição de órgãos transplantados, custa cerca de R$ 3,5 mil e dura por volta de 15 dias. Após a reportagem feita pelo LIBERAL, Araújo conseguiu orientação e procurou os serviços de um advogado com experiência no assunto.

Ele conta que até o mês de julho não teve problema em pegar o medicamento, mas desde então não conseguiu encontrar o fármaco e tem dependido de doações para prosseguir com o tratamento. “Consegui outra doação de uma caixa em um grupo de transplantados, mas ela já está chegando ao fim novamente”, explicou.

Em nota, a coordenação da Farmácia Central de Americana disse que o financiamento e o gerenciamento dos medicamentos são de responsabilidade exclusiva do governo federal. “Infelizmente, nesse caso, o município não tem poder de resolução por se tratar de uma demanda exclusiva dos outros entes federativos. O setor desconhece o motivo da falta do remédio e não tem previsão sobre quando irá normalizar o estoque”, explicou a prefeitura.

A pasta ainda ressaltou que o medicamento nas apresentações de 0,5 mg e 1 mg não está em falta, mas na de 0,75 mg está. O setor explicou que o médico pode ajustar a dosagem de acordo com a necessidade e que, havendo alteração na prescrição, o paciente também deverá refazer o processo de alto custo para obtê-lo.

Araújo, no entanto, afirmou que mudar a dosagem do medicamento é um processo complexo e que ele teria que fazer uma série de exames em São Paulo para comprovar a validade de outra forma de tratamento. “Eu estaria regredindo, voltando à estaca zero. Meu organismo precisa se acostumar. Mudar a dosagem não é algo tão simples assim”, explicou.

O LIBERAL também questionou a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde sobre o motivo da falta do medicamento na rede pública da região e se há previsão sobre o restabelecimento da distribuição do fármaco. No entanto, até o fechamento desta edição, não houve resposta.

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