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Covid-19

Técnico de enfermagem de Americana está entre os voluntários vacinados

Odirlei de Almeida Carlos, de 39 anos, é um dos 9 mil voluntários que estão participando dos testes da vacina contra o novo coronavírus

Por Marina Zanaki

16 de agosto de 2020, às 09h00 • Última atualização em 16 de agosto de 2020, às 15h09

O técnico em enfermagem Odirlei de Almeida Carlos, de 39 anos, morador de Americana, é um dos 9 mil voluntários brasileiros que estão participando dos testes da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19) desenvolvida na China, batizada de CoronaVac.

Morador do bairro Jaguari e estudante de medicina, o técnico em enfermagem trabalha na UTI da Covid-19 no Hospital das Clínicas da Unicamp.JPG – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Os testes estão sendo realizados por meio de parceria firmada entre a farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan. Em todo o Brasil, 12 centros de pesquisa foram selecionados para aplicar os testes e acompanhar os resultados – entre eles, a Unicamp, responsável por 500 voluntários.

Morador do bairro Jaguari e estudante de medicina, o técnico em enfermagem trabalha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Covid-19 no Hospital das Clínicas da Unicamp. Ele conta que decidiu se voluntariar para a pesquisa após observar a gravidade da doença. “Faz mais de 15 anos que trabalho na saúde e essa foi a primeira vez que vi uma doença chegar com tanta força e fazer tanto mal. E não só no Brasil, no mundo inteiro, e afetando amigos, parentes”, diz o técnico.

Um dos requisitos para participar da pesquisa é que o voluntário seja profissional de saúde na linha de frente da pandemia. Outro critério é não ter sido contaminado com coronavírus. Desde o início da pandemia, Odirlei já realizou nove testes para Covid-19 como parte da rotina de segurança da Unicamp. Todos deram negativo para o vírus.

O morador de Americana recebeu no dia 12 de agosto a primeira dose e passará por um reforço após 14 dias. Os voluntários precisam anotar qualquer reação à vacina, como febre ou dores, em um diário do participante. Até o momento, Odirlei não observou nenhuma alteração, apenas dor no local onde a vacina foi aplicada.

Coordenador do projeto no HC da Unicamp, o médico Francisco Hideo Aoki explica que os voluntários estão sendo monitorados por telefone e passarão por consultas médicas mensais.

PESQUISA. As fases 1 e 2 da vacina foram realizadas na China, identificando respostas iniciais de segurança e efetividade. Os testes estão na fase 3, que preveem a análise de um grupo maior de pessoas.

“Com a avaliação de milhares de participantes, será possível avaliar inclusive a efetividade da vacina, o grau de proteção que essa vacina poderá produzir em indivíduos vacinados. Esse estudo de fase 3 é controlado por placebo”, explica o médico.

Isso significa que metade dos voluntários vai receber a vacina e a outra metade, uma substância sem efeito. Com isso, será possível fazer uma análise estatística e apontar a efetividade da vacina.

Ao final do estudo, caso o imunizante se prove eficaz e seguro, todos os voluntários que receberam o placebo serão também imunizados. O Governo de São Paulo prevê, caso haja sucesso nos testes, que a vacina seja distribuída à população em janeiro de 2021.

“Essa oportunidade de um trabalho conjunto que beneficia não só nosso País, como potencialmente toda a humanidade na medida que tiver um belo funcionamento, nos dá bastante orgulho”, completa Aoki.

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