O SSPMA (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Americana) afirma que há falta de assistência médica a pacientes com o novo coronavírus (Covid-19) que estão na unidade semi-intensiva do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi.

“Infeliz aquele que tiver a infeliz sorte de ficar doente e cair no Hospital Municipal”, disse Isabel Santos, diretora que representa o sindicato na área de saúde. Neste sábado, ela contou à reportagem do LIBERAL que esteve no hospital na noite de sexta-feira, após ter recebido reclamações de funcionários.

A informação recebida por ela é de que faz pelo menos uma semana que não há médicos prestando atendimento na unidade semi-intensiva, reservada para casos graves do novo coronavírus.

Isabel disse ter testemunhado esse problema durante sua visita. A diretora afirmou que, na sexta, duas pessoas faleceram nessa ala do hospital, entre 11 e 14 horas.

No entanto, os óbitos foram atestados e os corpos, removidos, só por volta das 19 horas, de acordo com ela.

Uma funcionária que pediu para não ser identificada relatou que os médicos se recusam a entrar na unidade semi-intensiva e, do lado de fora, fazem apenas prescrições para os pacientes.

“Quando um paciente tem uma parada, o médico não entra lá dentro. Os pacientes estão morrendo porque não entra um médico lá dentro”, lamentou.

Segundo ela, médicos que costumavam prestar atendimento na ala semi-intensiva pediram demissão por falta de medicamentos. “Não tinha remédio para fazer a sedação dos pacientes”.

Isabel informou que, nesta segunda-feira, vai tratar do assunto em reunião com representantes do HM, às 8 horas.

BOLETINS
Neste sábado, a RPT (Região do Polo Têxtil) registrou mais cinco mortes causadas por Covid-19: três em Santa Bárbara d’Oeste e duas em Nova Odessa. Na região, ao todo, 251 pessoas já morreram vítimas da doença.

Fusame troca empresa que faz escala

Após problemas ocorridos no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, a Fusame (Fundação de Saúde de Americana) informou ter trocado a empresa que fazia a escala dos médicos para a unidade semi-intensiva e para o Pronto Atendimento Covid-19.

A nova contratada começa a atuar nesta segunda-feira. Em nota enviada pela assessoria de imprensa ao LIBERAL, a fundação admitiu ter havido “intercorrências pontuais” na última semana, mas negou desassistência médica.

“Tivemos algumas intercorrências pontuais que foram supridas mesmo que parcialmente por nossos profissionais para que não causasse desassistência aos nossos pacientes”, comunicou.

Diante dessa situação, na última semana, a entidade rescindiu o contrato com a empresa responsável pela escala, que foi contratada por meio de processo licitatório e será substituída pela segunda colocada do pregão.

Podcast Além da Capa
Nem mesmo a regressão de Americana e região para a fase vermelha do Plano São Paulo é capaz de resolver o problema da lotação de ônibus do transporte público em horários de pico. A teoria de que menos gente estaria em circulação não se confirma na prática. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com o repórter Leonardo Oliveira e apresenta reflexos regionais desse assunto.