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Americana

Série de cartazes defende abrigo na Vila Galo

Moradores da Vila Galo têm opiniões distintas sobre implantação do espaço em prédio do município na Rua Paissandu

Por Valéria Barreira

03 de outubro de 2019, às 08h45 • Última atualização em 03 de outubro de 2019, às 08h48

“Tire seu ódio do meu caminho que quero passar com a minha flor”. A frase estampa um cartaz colocado no alambrado do prédio onde funcionará um abrigo para homens em situação de rua, na Vila Galo, em Americana, em apoio à iniciativa da Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento Humano em ceder o espaço para a associação Vinde à Luz com esse fim.

O cartaz foi colocado no alambrado da Rua Paissandu pela jornalista Luiza Cazetta, na manhã da última segunda-feira, juntamente com outros contendo frases como “Moro na Vila Galo e não sou contra abrigo neste local” e “Um lugar público, ocioso, com quatro paredes e um teto. Perfeito para ser abrigo”.

As mensagens de apoio foram a forma que a jornalista encontrou para protestar contra o movimento liderado pela moradora Silvia Basque para barrar a transformação do prédio público num abrigo.

Foto: Divulgação
Cartaz em favor do abrigo foi colocado em alambrado e acabou retirado

Silvia encabeça um abaixo-assinado com cerca de 100 assinaturas, entregue na semana passada na prefeitura, tentando impedir que os homens sejam abrigados no local. Ontem, no lugar dos cartazes colocados por Luiza em apoio ao projeto, havia outros contrários à iniciativa.

“Coloquei os cartazes porque a opinião dela não representa a minha família. Ela está falando pelo bairro, mas há moradores que não compactuam com o preconceito dela”, disse Luiza.

Ela colocou os cartazes na segunda-feira de manhã, com a ajuda de outro morador, o publicitário André Oliveira.

“Estava passando por aqui e decidi parar para ajudá-la. Moro a um quarteirão do prédio e também tenho o direito de me manifestar. Não vejo problema algum em ter esse espaço transformado num abrigo”, comentou André.

Ele lamentou que os cartazes a favor da iniciativa tenham sido arrancados. “Arrancaram todos eles, mas farei outros mesmo acreditando que serão retirados novamente”. Além de insistir com as mensagens positivas, o morador não descarta mobilizar mais famílias do bairro. “Há muitos moradores engajados nas redes sociais em favor do abrigo e se for preciso nos organizaremos”.

Contra

Para Silvia Basque, moradores do bairro favoráveis ao abrigo têm o direito de se manifestarem, mas insistiu que a maioria é contrária à iniciativa. Sobre os cartazes arrancados, informou que não chegou a vê-los e reclamou que material colocado por ela no mesmo local na semana passada também foi retirado e por isso outros contra o projeto foram recolocados.

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