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Desemprego

Seguro-desemprego dispara 61,8% em Americana na 2ª metade de abril

Empresas e economista atribuem alta como reflexo da pandemia do novo coronavírus e dizem que esperam um futuro complicado no País

Por George Aravanis

16 de maio de 2020, às 08h25 • Última atualização em 16 de maio de 2020, às 08h56

O número de pedidos de seguro-desemprego disparou 61,80% em Americana na segunda metade de abril, quando 887 pessoas solicitaram o benefício – no mesmo período de 2019, foram 548.

Os dados são do Ministério da Economia e já mostram os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na atividade econômica, segundo representantes da indústria e comércio e economista.

Em toda RPT (Região do Polo Têxtil), a situação se repete. Na soma das cinco cidades, cresceu 63,93% a quantidade de requerentes na segunda quinzena de abril. No mês fechado, também houve alta na região (23,41%) e em Americana (20,86%), mas foi na segunda quinzena que a procura disparou. A pessoa pode pedir o seguro-desemprego quando é demitida sem justa causa.

Número é reflexo da pandemia, afirmam empresas e economista – Foto: Editoria de arte / O Liberal

“Se você não vender no comércio, você não vai vender nas indústrias, então muitas vezes a empresa não tem condição de segurar o funcionário por um período longo”, afirma o presidente do Sinditec (sindicato patronal do setor têxtil), Leonardo José de Sant’Ana.

Para ele, o horizonte para os empresários é muito complicado em virtude do avanço da pandemia em direção ao interior. “São Paulo está mais próximo de um lockdown do que de uma reabertura”, afirma.

Para Vitor Fernandes, presidente do Sincomercio (sindicato patronal do comércio), muitas empresas dispensaram os funcionários já no início da quarentena, no fim de março, quando ainda não havia medidas emergenciais.

Segundo Fernandes, mesmo as medidas provisórias que permitiram, por exemplo, a redução de jornada e salário e a suspensão de contratos, trouxeram insegurança, “pois exigem contrapartidas, como a garantia de estabilidade de emprego, por exemplo.”

Tanto o Sincomercio quanto o Sinditec alertam que, mesmo quando houver reabertura, não se sabe quando o padrão de consumo voltará ao normal. “O horizonte que temos pela frente ainda é complicadíssimo. Vai ter demissão, não adianta”, diz Sant’Ana.

Daniel Teixeira, de 31 anos, é um dos devem engrossar esta estatística em breve. Demitido em abril de uma grande indústria em Nova Odessa – que segundo ele dispensou cerca de 150 funcionários -, aguarda a documentação para dar entrada no pedido de seguro-desemprego.

Apesar da dificuldade em meio à pandemia, ele está de olho nas oportunidades para voltar ao mercado. “Tenho um filho de 7 meses.”

O economista e contador José Homero Adabo, ex-professor da PUC-Campinas, diz que, apesar das possibilidades de suspender contratos e reduzir jornada, a queda na atividade econômica “é gigante.” Por isso, empresas menores, em cujo segmento a tendência é que o mercado demore mais a se recuperar, demitem.

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