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Americana

Saxofonista emociona pacientes e profissionais de hospitais de Americana

De Vinhedo, Hilquias Alves percorre unidades de saúde na região de Campinas para levar alívio em forma de música em meio à pandemia

Por Isabella Holouka

28 de março de 2021, às 09h34 • Última atualização em 29 de março de 2021, às 09h09

Pacientes, familiares e profissionais do Hospital São Francisco e do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, se emocionaram nesta semana com a visita do saxofonista e musicoterapeuta profissional Hilquias Alves, de 56 anos. Morador de Vinhedo, ele esteve na cidade na manhã de quarta-feira, quando fez apresentações no exterior dos hospitais.

Circulam pela internet vídeos que mostram o musicoterapeuta vestindo um jaleco branco e tocando o instrumento próximo às entradas das unidades de saúde, com caixa de som e acompanhamento musical. Evitando a proximidade, as pessoas assistem e acenam, muitas filmam as apresentações.

https://liberal.com.br/wp-content/uploads/2021/03/saxo.3gp

“A música traz muito alívio. Deus habita no meio da música. É como se fosse um copo de água no meio do deserto, que alimenta a alma. Um remédio que acalma, e o fardo fica mais leve nas costas das pessoas que estão sofrendo”, afirma Hilquias em entrevista ao LIBERAL.

Músico profissional desde os 12 anos, ele tem levado o som a mais ou menos 30 unidades de saúde da região de Campinas. Tudo começou há cerca de 10 anos, no Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde ele fez um teste após o incentivo da esposa, que o teria convencido de que a música poderia ajudar as pessoas hospitalizadas.

De lá para cá, Hilquias passou a trabalhar em dois hospitais como musicoterapeuta e, além disso, três vezes por semana visita voluntariamente unidades de saúde em pelo menos dez cidades, incluindo Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Valinhos, Vinhedo, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Jaguariúna, Paulínia e Campinas. A lista foi ampliada após o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“Nesses 10 anos, a área da saúde nunca enfrentou um tempo tão desafiador, ninguém esperava tanto paciente ao mesmo tempo, intubar tanta gente, ver tanta gente passando mal. Então eu aumentei as minhas visitas aos hospitais, trazendo a musicoterapia para acalmar um pouquinho, tanto os pacientes e seus parentes que ficam ‘choramingosos’ e ansiosos, como também os funcionários”, relata.

Como funciona?

As apresentações acontecem sem convite ou aviso. Hilquias se identifica aos funcionários e começa a musicar o instrumento de sopro. Geralmente são cerca de 40 minutos de música, e ele decide o repertório na hora.

Devido à impossibilidade de usar máscaras enquanto toca, ele fica na parte externa das unidades de saúde, mas impulsiona o volume e tem retorno até mesmo dos pacientes, que acenam pelas janelas dos hospitais, demonstrando emoção. “Quando eu vejo as pessoas enxugando as lágrimas, emocionadas, isso para mim já vale todo o esforço”, contou.

Antes da pandemia da Covid-19, ele conta que transitava pelas alas e interagia com mais proximidade. No início do impacto do coronavírus, chegou a fazer uma pausa nas visitas aos hospitais, momento em que se dedicou a tocar para as pessoas em isolamento social em condomínios, no ano passado, alcançando inclusive destaque no noticiário nacional.

De lá para cá

Hilquias se desloca entre os hospitais com carro próprio, e conta com o apoio de um grupo com cerca de 12 famílias que contribuem mensalmente para que o músico continue visitando as unidades de saúde da região. Ele compartilha com os mantenedores do projeto registros dos hospitais que visita semanalmente. Interessados em contribuir com ele podem entrar em contato pelo número (19) 9-9773-3813.

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