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Americana

Santander pede revogação de lei municipal que exige barreira

Representantes do banco foram à Câmara de Americana apresentar modelo de agência sem porta com detector; prefeitura questionou Procon sobre o assunto

Por George Aravanis

13 de setembro de 2019, às 07h26

Cerca de dois meses após retirar a porta giratória da agência bancária da Rua Sete de Setembro, representantes do banco Santander defenderam nesta quinta-feira a revogação da lei que exige a barreira nas instituições financeiras do município. O gerente geral da agência, Leandro Henrique Rodrigues, usou a tribuna livre da câmara para explicar aos vereadores o novo modelo de segurança adotado, em que nem os funcionários têm mais acesso a dinheiro – o que eliminou crimes nas agências que implantaram o sistema, segundo o banco.

Nenhum dos vereadores questionou, ao menos não em público, por que é que o banco descumpriu a legislação até agora. Questionada se já multou o Santander, a prefeitura disse que questionou o Procon e poderia se manifestar hoje.

Foto: Arquivo / Liberal
Após retirar porta giratória da agência da Rua Sete de Setembro, banco quer revogação de lei sobre barreiras

A lei 2.804/94 exige portas de segurança com detectores de metais em estabelecimentos bancários abertos ao público. A lei prevê multa de R$ 1 mil por descumprimento, valor que dobra em caso de reincidência.

Questionado por que o banco não pediu a revogação da lei antes de mudar o sistema de segurança, o superintendente regional do Santander, Alexandre Piffer, que estava na câmara, disse que foi uma mudança massiva e que em algumas cidades do Estado não há essa obrigatoriedade.

Ele também não descartou a possibilidade de reintroduzir a porta, caso a mudança seja rejeitada. “A gente está apresentando praça por praça todo novo sistema para ser repensado, e se não for repensado a gente reinstala a porta giratória”, afirmou. Ele afirmou que o Sindicato dos Bancários fez um questionamento alertando sobre o assunto.

Piffer não soube informar se o banco conhecia a legislação de Americana – a lei em questão já foi alvo de ações judiciais, mas a Justiça referendou sua validade e a autonomia do município de decidir sobre o assunto, segundo consta no próprio site da prefeitura, no qual a lei em questão está disponível.

Na tribuna, o gerente da agência do Santander diz que a existência de porta com detectores já causou constrangimentos e não significava mais segurança. Muitas pessoas, conta ele, não conseguiam passar pela porta mesmo sem portar objetos metálicos. “A pessoa se sente coagida, às vezes humilhada.”

A alteração, que começou em 2017, já foi adotada em 315 agências no país, segundo Rodrigues, e desde então não houve nenhum crime nesses locais. Além da melhoria no monitoramento, os representantes do banco afirmam que nessas agências só transportadoras de valores têm acesso ao dinheiro. De acordo com Rodrigues, sem porta os vigias armados também monitoram melhor a área dos caixas eletrônicos, o que inibe ação de golpistas.

Alguns vereadores elogiaram o sistema. Delegado aposentado, Alfredo Ondas (MDB) disse, porém, que durante um período os bandidos de pequeno e médio porte devem tentar aproveitar a situação. “Vocês vão ser testados [pelo crime]”.

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