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Americana

Sancetur demite cerca de 60 funcionários em Americana

Maioria dos dispensados era do transporte escolar; dono da empresa afirma que os empregados devem ser readmitidos no futuro

Por Leonardo Oliveira

15 de julho de 2020, às 15h48

Dispensados atuavam no transporte escolar, que está sem funcionar desde março – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal

Cerca de 60 funcionários foram demitidos pela Sancetur desde a última semana em Americana. A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e a paralisação do transporte escolar foram as justificativas dadas pelo diretor da empresa, Marco Chedid, para a adoção da medida.

A informação foi confirmada ao LIBERAL por Chedid nesta quarta-feira. Segundo ele, os dispensados atuavam no transporte escolar, que está sem funcionar desde março, devido a suspensão das aulas presenciais. “O transporte escolar tá há seis meses parados, sem ter um recebimento. Como nós vamos manter os funcionários?”, indagou.

Segundo a esposa de um dos demitidos, houve também dispensa de funcionários que atuavam no transporte urbano. É o caso do marido dela, que trabalhava na manutenção. A mulher diz que motoristas e cobradores também entraram nessa leva.

Ela ainda afirma que a Sancetur aderiu a redução proporcional de jornada e salário dos trabalhadores e que seu marido teria sido mandado embora antes de ser finalizado o prazo de estabilidade. Chedid confirma que a empresa adotou os termos da lei e prometeu cumprir com as obrigações financeiras.

“Chegamos [a aderir], mas agora não tem mais condição de tocar. Nós estamos garantindo o emprego de quem tá trabalhando. Todos vão receber seus direitos, inclusive a estabilidade. Vão receber, claro”, se comprometeu.

O diretor da Sancetur adiantou que, quando as aulas voltarem e o transporte escolar for reativado em Americana, precisará contratar novos empregados e que a prioridade será para aqueles que já faziam parte do quadro de funcionários da empresa antes das demissões.

“Foi bem definido e o sindicato está a par. A preferência é deles. Evidentemente, por que não? São bons funcionários, só que, como não tem como pagar, tem que tomar providência. Não é só a gente, todas as empresas do Brasil tão tomando providências para sobreviver”, finaliza.

A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Americana e Região, que representa a categoria, até a publicação desta reportagem.

O governo federal autorizou, nesta semana, as empresas a recontratarem empregados demitidos sem justa causa durante a pandemia antes mesmo de se completarem 90 dias da rescisão sem que isso se configure uma prática fraudulenta, como diz a regra atual, que data de 1992.

A flexibilização vale só enquanto durar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia.

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