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Americana

Roubos provocam medo e trauma em motoristas de app

Em Americana, foram ao menos três casos em julho, com vítimas agredidas por criminosos que se fazem de passageiros

Por Ana Carolina Leal

01 de agosto de 2021, às 09h18

Motorista aguarda por viagem em avenida de Americana - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

A Polícia Civil de Americana registrou somente no mês de julho ao menos três roubos a motoristas de aplicativos. O número, no entanto, deve ser maior. Isso porque muitas vítimas não levam os casos à polícia.

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“Ficam traumatizadas, não registram boletim de ocorrência e desistem até de trabalhar”, afirmou um motorista de 39 anos, dos quais três deles são dedicados ao transporte de passageiros.

Em entrevista ao LIBERAL, ele disse que a quantidade de roubos aumentou nos últimos dois meses.

“A maioria dos crimes acontece no período noturno. Acredito também que falta experiência por parte de alguns motoristas para saber quando é melhor recusar uma corrida. Não existe regra, mas evito, por exemplo, corrida quando chego próximo ao endereço e é um local deserto ou quando são dois homens”, afirmou.

A maneira como os criminosos age é praticamente a mesma: chamam uma corrida, no decorrer do trajeto anunciam o assalto, agridem as vítimas e roubam além do carro, dinheiro e pertences pessoais. O LIBERAL teve acesso a três casos relatados à polícia.

O mais recente aconteceu na noite do último dia 26, segunda-feira. Um motorista de 37 anos foi assaltado e agredido ao atender um chamado na região do Antônio Zanaga. Dois homens entraram no Ford Ka da vítima e já no Jardim Paulista, na Rua Teresa Linarelo Meneghel, anunciaram o assalto. Além do veículo, levaram dinheiro e dois óculos de sol.

Situação semelhante aconteceu com um outro motorista, de 30 anos, no dia 15. Ele foi roubado ao atender uma corrida no Balneário Riviera, região da Praia Azul. No dia 7 de julho, pouco depois das 18 horas, um motorista de 36 anos foi agredido e assaltado ao atender uma solicitação no bairro Jaguari.

“Peguei uma corrida com destino à Vila Bertini no nome de uma mulher. No local, o rapaz falou que a namorada deles havia chamado. Chegando, me deram um mata-leão e anunciaram o assalto com a arma na minha costela. Soltei o braço dele [do criminoso] e ele me apagou. Acordei uns cinco minutos depois, pedi ajuda para um morador e liguei para a PM”, relatou em entrevista ao LIBERAL.

A vítima disse que trabalha há sete meses como motorista de aplicativo. Após o crime, ele ficou parado por uma semana e depois retomou o trabalho. “Não fiquei com medo, mas com ódio enorme desses bandidos”. O carro dele foi localizado dois dias depois no bairro Carioba. “Acharam o meu e de mais um motorista que foi assaltado no dia seguinte”.

Há mais de dois anos atuando como motorista de aplicativo, uma mulher de 55 anos, disse estar com medo.

“Está todo mundo temeroso, está complicado trabalhar. Acompanho os grupos e os casos de assaltos são frequentes. Esses dias peguei três homens durante o dia e fiquei com medo. Quando um deles disse que me conhecia me deu um certo alívio”, desabafou. De acordo com ela, os motoristas pretendem fazer uma reunião para ver se é possível tomar alguma atitude para frear esses crimes.

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RESPOSTA. A SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública) afirmou que os casos citados pela reportagem são investigados pelos 2º e 4º DPs (Distritos Policiais). A pasta disse ainda que diligências estão em andamento em busca de elementos que auxiliem na identificação dos autores e esclarecimentos dos fatos.

O major subcomandante do 19ºBPMI (Batalhão da Polícia Militar do Interior), Moises Sabino Zecheto, afirmou que a PM realizou várias operações ao longo do mês de julho visando coibir qualquer tipo de crime, como os roubos.

“Os motoristas de aplicativos, por diversas vezes, são abordados no desencadeamento dessas operações, sendo assim, estamos diariamente prezando pela segurança no trânsito, seja ela pessoal ou patrimonial”, destacou.

O major informou ainda que a PM não tem conhecimento de outros casos de roubos a motoristas além dos relatados pela reportagem. Mas, na tentativa de impedir que esse tipo de crime ocorra, o subcomandante orienta os motoristas a evitar solicitações em locais que não conheçam bem ou em áreas que são consideradas perigosas, não aguardar chamadas dentro do veículo parado ou estacionado em locais de pouca movimentação e falar com o passageiro para tentar detectar a real intenção dele ao ouvir o tom da voz.

Ele também sugere o uso de aplicativos de mensagens. “É recomendável manter contato através de aplicativo de mensagens com os demais motoristas e usar códigos de segurança padronizados. O objetivo é se comunicar em eventuais emergências e pedir ajuda a colegas que podem acionar a Polícia Militar”.

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