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Novembro Azul

‘Resolvi encarar de frente’, diz empresário diagnosticado com câncer de próstata

Relação do empresário Pé Meneghel com o câncer de próstata serve de alerta para os cuidados de homens com a doença

Por Marina Zanaki

22 de novembro de 2020, às 08h42

O empresário americanense José Luiz Meneghel, o Pé Meneghel, de 60 anos, realiza anualmente os exames preventivos do câncer de próstata. Em função disso, uma alteração no exame feito em outubro de 2019, que talvez poderia passar despercebida, acendeu o sinal de alerta. Prosseguindo nas investigações, ele descobriu um tumor na próstata em estágio 2.

Pé aprendeu com a esposa Maria Fernanda Grecco Meneghel, do projeto Rosa do Bem, que é preciso encarar de frente um diagnóstico de câncer. A também empresária trabalha há anos com prevenção ao câncer de mama.

Inspirado nessas certezas, ele passou por uma cirurgia para retirada do tumor em novembro do ano passado, pouco mais de um mês após o PSA (exame que mede o Antígeno Prostático Específico) indicar uma alteração. Como foi diagnosticado no início, não foi necessária rádio ou quimioterapia.

“Deu um PSA de 2,5, um aumento de um ponto entre um ano e outro. Seria normal, mas como faço todo ano notou essa alteração, que era muito alta. Não era um tumor nada bonzinho, já estava agressivo e no estágio 2. Resolvi encarar de frente e é isso que deixo de mensagem. Quanto antes se livrar, melhor”, aconselha o empresário.

Pé Meneghel passou por cirurgia em 2019 para retirada de tumor – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

A periodicidade do exame preventivo é importante justamente para que o médico conheça o organismo do paciente e consiga identificar alterações súbitas. A explicação é do médico urologista Ubirajara Ferreira.

“O que a gente solicita é que o homem vá ao urologista uma vez por ano para fazer os dois exames para detecção precoce da doença. O toque retal, que vai verificar se tem alguma alteração, endurecimento na próstata, e o sangue de PSA, que dá uma sugestão que possa estar havendo algum tumor. Esperar os sintomas não é uma boa alternativa, a gente tem que ir à frente”, orientou o médico.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica de Americana, 10 homens foram encaminhados para a radioterapia em função de câncer de próstata e 16 para a linha de cuidado, que consiste no tratamento sem a necessidade de rádio ou quimioterapia, neste ano.

Rastreio
Um dos principais fatores de risco para o câncer de próstata é o envelhecimento. A chance de desenvolver um tumor aumenta progressivamente com o passar dos anos.

Muitos tumores na próstata têm crescimento lento, e o paciente vai morrer em função de outra doença antes que o câncer comece a ser um problema. Em função disso, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) não recomenda a realização de rastreio de câncer de próstata como política pública.

O Instituto pondera que o rastreio pode acarretar uma super identificação de tumores em pacientes que não sofreriam os efeitos do câncer, e que os tratamentos podem gerar problemas como incontinência urinária e impotência, além do peso psicológico do diagnóstico. O Inca indica que a decisão de realizar exames deve ser tomada pelo paciente com o médico, analisando os prós e contras em cada caso.

O urologista Fabio Vecina Teixeira Patricio defende a importância do rastreio para identificar a doença logo no início. O médico explicou que uma análise da biópsia permite identificar o grau de agressividade do câncer, e que casos com evolução lenta são colocados em acompanhamento, a chamada vigilância ativa.

“Esse é o momento da prevenção. O urologista tem uma visão para a próstata, mas também sabe que o papel dele é o de médico da saúde do homem. Ele vai ter uma visão mais holística, analisar se está com sobrepeso, exames alterados, às vezes consegue prevenir coisas com um exame de glicemia, colesterol”, disse o médico.

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