25 de abril de 2024 Atualizado 14:11

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Disparada

Registros de golpes mais que dobram em um ano em Americana

Os números apenas de casos denunciados pelas vítimas para a Polícia Civil saltou de 693 em 2019 para 1.414 em 2020

Por

21 de julho de 2021, às 08h00

Dentre os crimes contra patrimônio, só os golpes (estelionato) aumentaram de 2019 para 2020 em Americana – Foto: Ernesto Rodrigues – O Liberal.JPG

Os registros de golpes por estelionato mais que dobraram em um ano em Americana. Os números apenas de casos denunciados pelas vítimas à polícia saltou de 693 em 2019 para 1.414 em 2020.

Ou seja, o registro de vítimas de golpes na cidade subiu de uma média de mais de dois por dia no ano retrasado para uma média de mais de quatro por dia no ano passado.

Os números são da Polícia Civil e constam na nova edição do informativo socioeconômico da Prefeitura de Americana.

O informativo da prefeitura destaca que, dentre os crimes contra o patrimônio, do qual está enquadrado o estelionato (golpe), a categoria foi a única que teve aumento. Todas as outras, como roubo, furto, receptação, apropriação indébita, dano, registraram queda nos números em um ano.

Somando todas as categorias de crimes contra patrimônio registrados em Americana em 2019 foram 5.301, com queda para 3.947 em 2020.

Golpes digitais

A pandemia do coronavírus (Covid-19) ajuda a explicar a queda dos outros crimes. Os golpes vêm na contramão, principalmente os golpes digitais, reflexo do aumento do isolamento social e das transações online.

A análise é do delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, José Donizeti de Melo.

Delegado da DIG destaca que maioria dos golpes são feitos através de sites falsos – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

“Com a pandemia, as pessoas passaram a fazer compras e transações via internet, o que, pelo desconhecimento tecnológico de muitas dessas pessoas, acabou favorecendo os infratores que usavam esses meios para cometer crimes”, aponta.

Donizetti revela que verificou-se “um aumento considerável nos registros de ocorrências que tinham esses meios tecnológicos como ferramenta”.

O delegado destacou ao LIBERAL que, com as pessoas evitando sair de casa, muitas transações bancárias são feitas através de aplicativos dos bancos.

“Assim como também aumentou consideravelmente as compras de produtos por sites, muitas vezes criados só para a prática de delitos”, ressalta.

Questionado sobre os principais golpes que têm feito vítimas em Americana, Donizetti lista. “Os registros que mais acontecem dão conta de compras feitas através de sites falsos, e também em sites desconhecidos, que, depois de dar o golpe, rapidamente desaparecem”.

O delegado titular da DIG em Americana conta que o aumento dos golpes virtuais tem alarmado as forças de segurança pública do Estado de São Paulo.

“A Polícia Civil tem buscado se especializar nessas apurações”, informa, e cita a criação da Delegacia de Crimes Cibernéticos, em São Paulo.

“Os casos repetitivos têm sido destinados à DIG, que busca identificar os fraudadores. Ano passado foi descoberta uma fraude cometida através do canal aberto do Detran, que, alertado, mudou a configuração do programa, para proteger o público”, finaliza Donizetti.

O caso do Detran citado ocorreu em julho de 2020, quando a DIG prendeu em Santa Bárbara d’ O este três homens acusados de integrar uma quadrilha que realiza leilões falsos de automóveis.

O grupo fez vítimas em diferentes locais do Brasil, inclusive em Americana e Hortolândia, totalizando aproximadamente, 70 pessoas lesadas por essa organização criminosa, desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco.

Em abril, quando o crescimento deste tipo de crime já era notório, o LIBERAL publicou série especial de golpes digitais.

A série detalha, em matérias especiais, dicas de:

  • Como fugir das ciladas;
  • Relatos do golpe do intermediário, o campeão de vítimas em Americana;
  • Burocracias sofridas pela polícia;
  • Um guia de como funcionam os golpes digitais.

No fim de junho, o LIBERAL noticiou caso de falsa vendedora de produtos importados, que fez vítimas em Americana e Santa Bárbara. As vítimas pagaram por celulares, tênis, roupas e suplementos de academia, dentre outros produtos, sem nunca ter recebido pelas mercadorias. A suspeita mantinha contato e inventava desculpas para tentar iludir as vítimas. A polícia investiga o caso.

Publicidade