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Covid-19

Reduções e suspensões de contratos já afetam metade dos trabalhadores têxteis

Informações são do sindicato da categoria; medidas atingem entre 2,8 mil e 3 mil funcionários de cerca de 50 empresas

Por George Aravanis

12 de maio de 2020, às 08h57 • Última atualização em 12 de maio de 2020, às 09h18

Metade dos trabalhadores do setor têxtil de Americana já foi atingida por reduções de jornada e salários ou suspensões de contrato do trabalho em virtude da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O número é do sindicato dos trabalhadores.

De acordo com a assessoria de imprensa da entidade, as medidas afetaram em torno de 2,8 mil a 3 mil trabalhadores de cerca de 50 empresas – o setor tem aproximadamente seis mil funcionários. Em 19 de abril, o LIBERAL noticiou que 1,5 mil pessoas haviam sido afetadas. Em menos de um mês, o número dobrou.

 Santista Têxtil reduziu a jornada e salário ou suspendeu o contrato de todos os seus 1.160 funcionários – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

As reduções de jornada e salário e as suspensões de contrato foram permitidas pela MP (Medida Provisória) 936, editada pelo governo federal no começo de abril. Nos dois casos, o funcionário ganha uma ajuda financeira do governo para compensar a perda salarial.

Segundo o sindicato, na maior parte dos casos o que ocorreu foi a diminuição de jornada e salário. As firmas que suspenderam contratos, geralmente, o fizeram para afastar funcionários idosos ou doenças que os deixassem mais vulneráveis ao novo coronavírus (Covid-19).

A Santista Têxtil, em Americana, reduziu a jornada e salário ou suspendeu o contrato de todos os seus 1.160 funcionários em virtude da pandemia. A empresa é a maior empregadora do segmento no município, de acordo com o sindicato dos trabalhadores.

A empresa informou ao LIBERAL que diminuiu em 70% a jornada e vencimentos de 638 profissionais e em 25% a de outros 429 trabalhadores. Os contratos de outras 93 pessoas foram suspensos. A Santista informou ainda que não demitiu ninguém.

De acordo com a empresa, hoje há produção nas linhas Workwear (produção de tecidos para roupas profissionais) e jeanswear (fabricação de tecidos para jeans), basicamente para atender pedidos.

Com 750 profissionais, a Jolitex adotou a diminuição de 50% para toda a empresa após 30 dias de férias coletivas, segundo o proprietário, Michel David.

De acordo com ele, hoje os profissionais produzem para estoque, porque a demanda por mercadorias é quase nula.

A Medida Provisória editada no início de abril diz que, no caso de redução salarial e de jornada, o governo pagará um benefício ao trabalhador, nos moldes do seguro-desemprego, para compensar a perda. A jornada e o salário podem ser reduzidos por até 90 dias.

Para quem ganha até R$ 3.135,00, se a empresa reduzir o rendimento em 50%, por exemplo, tem de cortar a jornada do trabalhador pela metade.
Nesse caso, o governo paga uma ajuda equivalente a 50% do seguro-desemprego a que o profissional teria direito caso fosse demitido.

No caso da suspensão de contrato, que tem validade máxima de 60 dias, o governo banca uma ajuda equivalente ao valor integral do seguro-desemprego. Se a empresa fatura R$ 4,8 milhões ou mais por ano, tem de manter 30% do salário do profissional cujo contrato foi suspenso.

Podcast Além da Capa
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