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Trânsito

Receita com Área Azul fica abaixo do que previu edital

Estapar também arrecadou menos do que gasta; como sistema começou a operar em janeiro, empresa diz que está dentro do esperado para fase de maturação

Por George Aravanis

01 de junho de 2019, às 07h16 • Última atualização em 03 de junho de 2019, às 18h23

A Área Azul de Americana arrecadou em abril, terceiro mês de funcionamento do novo sistema, R$ 207,1 mil, ou R$ 6,9 mil por dia. O valor corresponde a 68,31% do faturamento projetado no edital de licitação lançado pela prefeitura em 2018 (R$ 303,3 mil mensais) e também é menor que o custo operacional da empresa, de cerca de R$ 200 mil. A Estapar, que venceu a licitação para operar o sistema, afirma que o valor está dentro do previsto.

Como o sistema começou a operar em janeiro, a empresa o considera em fase de maturação. A empresa não respondeu se pretende atingir os R$ 303,3 mil mensais de receita, que são uma previsão feita pela prefeitura.

“A empresa esclarece que a receita está em linha com o que foi projetado pelo estudo econômico de viabilidade e dentro da previsão estabelecida”, informou a Estapar por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa nesta sexta.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Rua 12 de Novembro, no Centro de Americana, vazia após início da operação da nova Área Azul: vagas de sobra aos motoristas

Dos R$ 207,1 mil arrecadados, R$ 123,8 mil ficaram com a Estapar. Outros R$ 83,3 mil foram repassados à Gama (Guarda Municipal de Americana) e à Utransv (Unidade de Transportes e Sistema Viário). Estes repasses são exigidos no edital de licitação. De tudo que a Estapar arrecada, 35,23% têm de ser enviados à Gama e outros 5% à Utransv.

Em entrevistas anteriores, o diretor da empresa, Adelcio Antonini, disse que o custo mensal para operar o sistema gira em torno de R$ 200 mil. Segundo a empresa, isso não inclui os repasses obrigatórios nem “amortizações de investimentos feitos nos últimos meses.”

A prefeitura informou que não comentaria a arrecadação porque a nova Área Azul “não foi criada com o intuito de criar receita, mas sim de democratizar o acesso às vagas nas regiões de grande circulação”.

A vereadora Maria Giovana (PCdoB), presidente da Comissão da Área Azul na câmara, entende que os números mostram que a população tem evitado usar o estacionamento rotativo. “Acho que existe até um boicote mesmo da população, que ainda não conseguiu aceitar e nem compreender as regras da área azul.”

Giovana se refere a uma série de polêmicas que envolveu a implantação do novo estacionamento rotativo. Uma delas foi a gratuidade inicial de 20 minutos, que, depois de divergências entre a empresa e a prefeitura, ficou garantida. Porém, é preciso adquirir um cartão na Estapar, o que é alvo de críticas.

Na segunda-feira, às 14 horas, haverá uma reunião no Ministério Público. O promotor Ivan Carneiro Castanheiro, que conduz um inquérito sobre o assunto, chamou vereadores, o prefeito Omar Najar (MDB), a autoridade de trânsito, Eraldo Camargo, e a Estapar.

Um dos objetivos é esclarecer a questão dos 20 minutos e também conferir se os usuários têm sido notificados antes das autuações.

O número de multas também é um mistério. O governo afirma que não é possível contabilizar as autuações na Área Azul porque elas são lançadas no sistema como multa por estacionamento irregular (e aí são incluídas infrações em quaisquer locais da cidade, dentro e fora da Área Azul).

A prefeitura informou, no dia 8 de abril, que a aplicação de autuações começou naquele dia. Ontem, o LIBERAL perguntou se as multas estão sendo aplicadas normalmente. O governo não respondeu.

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