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Problema crônico

Rebaixamento de nível pode zerar aguapés na Represa Salto Grande

Ideia é realizar o procedimento em setembro ao longo de 80 dias e repeti-lo a cada seis meses

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13 de junho de 2020, às 08h56

A Secretaria de Meio Ambiente de Americana tenta obter autorização para realizar o processo de deplecionamento na Represa Salto Grande, que pode resultar em uma possível eliminação da presença de macrófitas no espelho d’água.

O procedimento, que consiste em rebaixar o nível de água para retirar sedimentos, ainda está em fase de aprovação em órgãos como Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Entretanto, a expectativa é de que a operação possa ser feita em setembro.

As informações são do ex-secretário de Meio Ambiente da cidade, Odair Dias (Pros), que teve de deixar a pasta no dia 4 de junho por conta do período de desincompatibilização para o período eleitoral. A entrevista foi concedida enquanto ele ainda era o responsável pela secretaria, que não teve um novo secretário nomeado até o momento.

Represa Salto Grande: Área ocupada por aguapés foi reduzida após trabalho – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal_4.6.2020

A área ocupada por macrófitas na represa foi reduzida para 76 hectares no mês de março através de retirada mecânica realizada pela CPFL Ambiental. Com isso, cerca de 7,5% da extensão do reservatório está coberta de verde. Há dois anos, 24% da represa estava tomada pelas macrófitas.

De acordo com Odair, o procedimento deve diminuir o nível da represa em cerca de 1,20 metro de altura através do aumento da produção de energia na PCH (Pequena Central Hidrelétrica) da CPFL. O processo terá de ser feito de forma lenta e gradual ao longo de 80 dias. A ideia é repetir a operação a cada seis meses.

“Nós vamos baixar o nível dela, mas não simplesmente soltando água pelas comportas, e sim gerando energia. Serão rebaixados poucos centímetros por dia. Cinco centímetros hoje, três, quatro. Tem que respeitar as questões hídricas do momento” explicou Odair.

Conforme publicado pelo LIBERAL em maio, apesar da redução de macrófitas, a água da Salto Grande ainda é considerada “ruim” pela Cetesb em relação ao IVA (Índice de Qualidade das Águas para fins de proteção da vida aquática).

Isso significa que a represa está enriquecida por nutrientes, nitrogênio e fósforo, o que favorece crescimento de plantas aquáticas ou algas. Com o deplecionamento, a ideia é remover os sedimentos que favorecem a reprodução das plantas.

“Além de ajudar na redução de sedimentos e da carga orgânica, a gente pode chegar a zerar a quantidade de macrófitas presentes no reservatório. Os aguapés são uma defesa natural à carga orgânica. É a representação de que existe uma alta carga orgânica, com a predominância de fósforo e nitrogênio, que estão presentes no esgoto”, disse Odair.

O procedimento, no entanto, não torna a água própria para uso de banhistas.

“Isso está diretamente relacionado ao lançamento de esgoto e cargas difusas. Nadar é uma das nossas metas, a balneabilidade, mas de uma maneira muito realista, isso vai levar um pouco mais de tempo”, afirmou.

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