Americana
Proposta prevê alteração em rotas do transporte coletivo de Americana
Ideia é que o novo modelo utilize uma rede onde várias linhas percorreriam itinerários comuns, fazendo a ligação de pontos estratégicos aos bairros
Por André Rossi
01 de agosto de 2019, às 07h45 • Última atualização em 01 de agosto de 2019, às 13h35
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/proposta-preve-alteracao-em-rotas-do-transporte-coletivo-de-americana-1051651/
A proposta da nova concessão do transporte coletivo de Americana prevê a reestruturação da rede de linhas no segundo ano de contrato. A ideia é que o novo modelo utilize uma rede tronco-alimentadora, ou seja, várias linhas percorreriam itinerários comuns a um conjunto de linhas, fazendo a ligação de pontos estratégicos aos bairros.
A informação consta no edital publicado no site da prefeitura nesta quarta-feira. Uma audiência pública para apresentação e discussão da proposta será realizada no próximo dia 19, às 18 horas, na Câmara de Americana. A publicação sobre o evento ocorreu na edição extraordinária do Diário Oficial da cidade na última terça.
A publicação, inclusive, dizia que o edital estava disponível já na terça. Entretanto, o arquivo só foi disponibilizado ontem. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, foi necessária uma correção no edital, motivo pelo qual ele só foi liberado no site um dia depois.
Desde dezembro de 2018 a Sancetur é responsável pelo transporte coletivo da cidade, atuando como Sou Americana. Ela opera todas as 35 linhas com 71 veículos, cuja média de idade é de 2,9 anos.
De acordo com a proposta da nova concessão, a ideia é conceder o serviço por um período de 15 anos, algo já previsto em lei. No primeiro ano serão mantidas as mesmas linhas e 24% da frota precisa ser formada por veículos novos; a média de idade sugerida é de 2,3 anos.
Deverão ser implantadas pela empresa vencedora recursos tecnológicos como (Sistema de Bilhetagem Eletrônica) e Sistema de Biometria de Reconhecimento Facial.
Já no segundo ano de concessão, a prefeitura prevê a substituição da atual rede por uma rede tronco-alimentadora. O sistema funciona com “linhas troncais percorrendo itinerários comuns a um conjunto de linhas e linhas alimentadoras, fazendo a ligação de pontos estratégicos aos bairros”.
O estudo deve ser elaborado pela concessionária, porém está sujeito a aprovação da prefeitura. “A Fase II, por estar atrelada à demanda e à oferta do sistema, será implementada com a devida análise do estudo de viabilidade econômico-financeira e da modelagem, e desde que os mesmos apontem para sua execução”, traz o edital sobre o tema.
De acordo com o professor de engenharia civil da Unicamp Universidade Estadual de Campinas) e especialista em trânsito e transporte, Creso de Franco Peixoto, a aplicabilidade de uma rede-tronco alimentadora para ônibus tem prós e contras.
“O pró é que as viagens tendem a ser mais rápidas. E o contra é que normalmente, quando você força que o veículo vá para uma linha alimentadora, você tem uma área de atendimento menor. Na prática, quer dizer que algumas viagens a pé, para chegar ao ponto [de ônibus], podem ser mais extensas”, explicou Peixoto.
O LIBERAL entrou em contato com a autoridade de Trânsito de Americana, Eraldo Camargo, para repercutir o assunto, mas ele disse que só poderia atender a reportagem sobre o assunto nesta quinta-feira.
O 2º promotor de Justiça de Americana, Ivan Carneiro Castanheiro, é autor de um inquérito civil que apura a má qualidade na prestação do transporte coletivo de Americana, assim como a licitação do serviço, além de investigar a “ilegalidade do aumento tarifário”.
Ao LIBERAL, Ivan disse que o inquérito está em andamento e que está analisando informações recebidas da prefeitura neste mês. Por isso, não quis se manifestar sobre o edital neste momento.