Em Americana
Produção e venda de máscaras viram alternativa para sobreviver à crise
Confira as histórias de comerciantes de Americana que mudaram estratégia para pagar as contas ao fim do mês
Por Leonardo Oliveira
02 de maio de 2020, às 16h59
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/producao-e-venda-de-mascaras-viram-alternativa-para-sobreviver-a-crise-1195920/
A suspensão das atividades não essenciais durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) mexeu no bolso de quem tinha no mercado consumidor o seu “ganha pão”. Para tentar sobreviver à crise, pequenos e grandes empreendedores têm apostado na produção de máscaras.
A alternativa atende a uma demanda de mercado, já que o uso delas foi recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Em Americana, um decreto do prefeito Omar Najar (MDB), publicado na última semana, tornou obrigatório o uso das proteções para os comerciantes.
Com a dificuldade de encontrar as máscaras nas farmácias, muitos têm optado pela compra desses itens em produções caseiras. É aí que entram aqueles que perderam suas fontes de renda na quarentena. Eles oferecem opções de customização e serviço de entrega para atrair a clientela.
A comerciante Silvana Ferreira, de 55 anos, possui uma tapeçaria em Americana e viu as vendas serem canceladas após os decretos que suspenderam o funcionamento do seu estabelecimento. “Comecei a fabricar as máscaras para poder ter algum dinheiro, para que pagasse algumas dívidas”, disse ao LIBERAL.
Sozinha, ela comprou todo o material necessário e começou a confeccionar usando uma máquina de costura que possui. “Depois resolvi chamar algumas pessoas que também estavam numa situação vulnerável como a minha e aumentei a produção”, explicou.
Com um estoque de 650 máscaras prontas para entrega, ela encontra resistência para achar compradores.
“A maioria das pessoas acha que se deve doar máscaras e não vender, falta o olhar de empatia e solidariedade com o próximo”, pontua.
A produção de máscaras também evitou que a Degasperi Confecções, instalada em Americana, parasse com as atividades. A previsão era de interromper o serviço no dia seis de abril e mandar os funcionários para casa, mas a proprietária, Iraildi Degasperi, teve a ideia de redirecionar a confecção.
“Já tinha ouvido falar das máscaras, mas não tinha caído a ficha que o mercado interno precisava de ajuda para produzir e atender a demanda. Então, neste dia deu um start em mim e imediatamente acionei a equipe e comuniquei que iriamos iniciar uma produção e assim contribuir com a contenção da Covid-19”, contou.
A renda obtida com a venda dos itens tem sido o suficiente para pagar as despesas fixas do estabelecimento e dar o sustento básico para um grupo de 40 funcionários.
Já o gestor empresarial José Fernando Fonseca usou de sua experiência para remodelar o trabalho de uma confecção de Americana, transformando-a em uma linha de produção de máscaras e intermediando o contato com grandes empresas que necessitavam do equipamento de proteção.
Através do serviço de consultoria e gestão, ele tem conseguido manter as contas em dia. “É um dinheiro que está ajudando nas necessidades piores. Não vai deixar ninguém milionário, mas vai pagar as contas”, destaca.