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Crise econômica

Procura por seguro-desemprego mais que dobra em Americana

Alta na primeira quinzena de maio foi de 110,1%, em meio à crise da pandemia

Por George Aravanis

12 de junho de 2020, às 08h41 • Última atualização em 12 de junho de 2020, às 11h46

O número de pedidos de seguro-desemprego mais que dobrou na primeira semana de maio em Americana, em meio à crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Foram 998 requerimentos para ter acesso ao benefício, ante 475 nos primeiros 15 dias de maio de 2019, alta de 110,1%. Os dados são do mais recente balanço do Ministério da Economia.

Na soma das cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil), o crescimento foi de 88,8% – de 1.574 para 2.973. O acréscimo supera os observados no Estado (74,7%, com 149.289 pedidos) e no País – um crescimento de 76,1%, com 504.313 solicitações.

Tem direito ao seguro-desemprego o trabalhador demitido sem justa causa. O teto é de R$ 1.813,03, e o máximo são cinco parcelas.

No mês passado, o LIBERAL mostrou que o número havia disparado na segunda quinzena de abril – alta de 61,8% em Americana. Os números do mês de maio, entretanto, mostram uma alta ainda maior.

Fabio pediu seguro pela 1ª vez em maio – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Morador do Jaguari, Fábio Almeida, de 29 anos, pediu o seguro-desemprego pela primeira vez na vida no mês passado, após ser demitido de uma indústria onde trabalhava como operador de máquinas, em virtude da pandemia. Ele tem enviado currículos.

“Não posso perder tempo, até porque não sei quando de novo vou estar empregado”, afirma sobre a situação.

Almeida deve receber o valor máximo do benefício, equivalente a cerca de 70% do salário que ganhava. Além da redução na remuneração, numera outros custos que chegaram com o desemprego. Ele almoçava todo dia na firma, tinha cesta básica e convênio médico. “Agora a gente tá ficando em casa, comendo mais e gastando mais.”

A quarentena que entrou em vigor no dia 24 de março no Estado de São Paulo impediu estabelecimentos de serviços não essenciais de atender presencialmente o público. As vendas no comércio despencaram e os pedidos para a indústria, idem.

A MP (Medida Provisória) 936 permitiu que as empresas reduzam a jornada e o salário e suspendam contratos de funcionários, mas muitas demitiram, diante de um cenário de incerteza sobre a recuperação. No dia 1º deste mês, o comércio pode reabrir com algumas restrições.

Por isso, apesar dos números, o presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbruster, diz que várias empresas enxergam a possibilidade de voltar a contratar.

“Ao que temos percebido nos contatos com os empresários não há desânimo quanto ao futuro. O que existe é muito boa vontade de crescer a ampliar postos de trabalho”, afirmou.

Na RPT, a cidade com maior aumento percentual de pedidos de seguro-desemprego foi Nova Odessa, onde a alta é de 131,5% – de 146 para 338. Em Santa Bárbara, a quantidade de solicitações saltou de 285 para 589 (106,6%). Sumaré viu o número de pedidos subir 76,7% (de 357 para 631) e Hortolândia, 34% – de 311 para 417.

Podcast Além da Capa
A pandemia do novo coronavírus completa três meses com a certeza de representar o maior desafio da carreira de gestores públicos em saúde, como é o caso dos secretários que atuam em cidades da região. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com os responsáveis pelas pastas em Americana, Santa Bárbara e Nova Odessa sobre a experiência forjada pela crise.

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